30.6.08

A Di Cunto e a melhor coxinha do mundo


Gente, eu já tinha dito aqui que a empadinha do Caranguejo, no Rio, é a melhor do mundo. Certo. Agora acho que descobri a "empadinha do caranguejo das coxinhas", ou seja, a melhor coxinha do mundo! É possível? Um bandeja cheinha delas está pronta para ser devorada na DiCunto, uma confeitaria que merece dois posts. Esté é o primeiro deles. A Di Cunto é famosérrima em São Paulo, e eu já tinha ido uma vez, há uns bons anos, acompanhada da amiga Juliana Pássara Vilas, aliás, uma dos meus cinco leitores infiéis. Desta vez fui levada pelas mãos de um japonês muuuuito simpático, o Guen, designer de mão cheia com quem tive o prazer de trabalhar alguns poucos dias - e o suficiente para que ele me mostrasse um pouquinho da Mooca profunda. É, meu, a Mooca é da hora, diria um paulistano nascido por ali.
A Di Cunto também é "da hora" (legal, bacana, show de bola). Fica pertinho do Clube Atlético Juventus, onde, diz a lenda, Pelé teria feito um gol maravilhoso de bicicleta no tempo em que nem havia videoteipe. Mas isso é outro assunto. O lugar que faz a melhor coxinha do mundo -e ela não tem formato de coxinha, o que achei curioso - é uma padaria, confeitaria, rotisseria e restaurante, inaugurado em 1935. Leia mais sobre a história da Di Cunto em http://www.dicunto.com.br/) e não perca seus quitutes. Leia mais também sobre a história da Mooca (http://www.portaldamooca.com.br/), um bairro italiano tradicionalíssimo em São Paulo. "A Mooca é um estado de espírito. Esse estado de espírito que só os mooquenses natos conseguem entender, mas não explicar, vem da época em que ali havia tempo e espaço para as longas conversas nos portões. Quem nasce na Mooca dificilmente transfere-se para outro bairro e se o faz está sempre de volta às suas origens", diz o sítio "oficial" do bairro. Perto também fica o Museu do Imigrante, onde se pode brincar de visitar São Paulo antiga.
Ah, sim, a coxinha: sabe aquela história de "crocante por fora e macia por dentro"? É assim mesmo. E bota macia nisso. Sequinha, sequinha (no meu guardanapo não ficou um pingo de gordura, juro). Fui informada de que a receita leva leite. Também pude constatar que não tem tomate, qualquer molho ou excesso de condimentos. O interior é molinho, e o frango se mistura à coisa mole (coisa mole para recheio é uma boa expressão, né?). Enfim. Sensacional. Pequenina, básica, sem maiores invenções. Simples e deliciosa. Eu voto na coxinha da Di Cunto para melhor do mundo. E vamo que vamo.

29.6.08

O brigadeiro do Colher de Pau


Este é o melhor brigadeiro do Rio de Janeiro, segundo o júri da revista Veja Rio, na sua eleição de 2008. E ele é vendido no Colher de Pau, um lugar simpático, em Ipanema, que tem doces muito gostosos. O brigadeiro é show de bola, ou, literalmente, show de bolinha. Parece que alguém acabou de fazer em casa. Este, da foto, devorei com minha amiga Mirna, parceira de cafés, doces e ótimas conversas nas mesas do bairro. Hum, delícia.

Colher de Pau
Rua Farme de Amoedo, 39, Ipanema
(21) 2523-3018

3.6.08

O Jardim Botânico, Dom João VI e sua galinha mourisca





As fotografias foram tiradas em diversos pedaços do Jardim Botânico, que no próximo dia 13 de junho completa 200 anos. Em 1808, o JB, que dá nome ao bairro onde está, na zona sul do Rio de Janeiro, nasceu com o nome de Jardim de Aclimação, criado por D. João, então príncipe regente e, mais tarde, Dom João VI. Foi a "casa" de Tom Jobim, que, diz a lenda urbana, era o único sujeito da cidade com passe livre: podia entrar e sair do parque a hora que bem entendesse. Lá dentro, depois de caminhar bastante (é imenso), pare para tomar um cafezinho no Café Botanica, que de espetacular tem apenas o fato de estar lá dentro (e precisa mais que isso?), em meio às árvores. Em homenagem a Dom João VI, o homem que amava frangos ("era capaz de devorar seis por dia, três no almoço e três no jantar", diz J.A. Dias Lopes em A canja do imperador) e incluiu ingredientes brasileiros na dieta de sua corte ("banana, feijão preto, carne-seca, algumas pimentas e farinha de mandioca, entre outros", ainda segundo Dias Lopes), reproduzo aqui a receita de Galinha Mourisca, que tirei do capítulo sobre Dom João no mesmo A Canja - livro que eu adoro, aliás, e já falei dele aqui.

Viva o Jardim Botânico! Viva Dom João VI!

Galinha Mourisca

Ingredientes
1 galinha de cerca de 2 quilos
100 gramas de toucinho cortado em pequenos pedaços
30 gramas de manteiga
1 cebola grande fatiada
150 ml de vinho branco
50 ml de suco de limão
6 ovos escalfados (abertos e cozidos em água quente)
6 fatias de pão caseiro
salsinha, hortelã, louro e coentro, picados a gosto
cebolinha-verde e canela moída para salpicar
sal e pimenta-do-reino moída a gosto

Preparo
1. Limpe a galinha e corte-a em pedaços, pelas juntas
2. Aqueça o toucinho e a manteiga numa panela de fundo grosso. Coloque a cebola e espere murchar. Junte a galinha, as ervas e a pimenta. Deixe-a dourar com a panela destampada e acrescente o vinho. Mexa bem e, quando o álcool evaporar, adicione o limão, o sal e a água, o suficiente para cozinhar a galinha.
3. Em uma panela com água quase em ponto de fervura, abra os ovos, poucos por vez e deixe-os cozinhar por uns três minutos. As claras devem ficar apenas opacas e as gemas, moles. Retire com uma escumadeira.
4. Coloque as fatias de pão em pratos fundos e, por cima, arrume a galinha. Disponha os ovos, polvilhe com a canela, a cebolinha-verde e sirva.