
27.10.09
A tasquinha do Chico

25.10.09
Sobre o podrão (do Porto), algumas considerações




Este cachorro-quente - para os cariocas, o popular "podrão", e para os curitibanos, o "dogão" ou ainda, quem sabe, simplesmente o "pão com vina"... enfim, o aposto desta vez foi tão grande que perdi o fio da meada. Vamos lá, de novo. Este cachorro-quente foi traçado numa praça da cidade do Porto, lá pelas tantas da madrugada, quase dia claro, em excelente companhia de uma grande amiga. Ou seja, exatamente como devem ser traçadas estas igua(porca)rias que só fazem bem à nossa alma, e depois podem nos custar o sono. A receita do podrão por aqui é inspirada nas nossas, leva batata palha, milho verde, estas coisas - mas este aí tinha ainda uma cenourinha, que é excelente ideia, já que bota lá umas vitaminas e dá uma crocância gostosa. Outra boa ideia que os podrões brasileiros podiam copiar: pendurar tetas gigantes como as da foto, cheias de maionese, catchup, mostarda para facilitar a vida do cliente. E para terminar, que fique bem claro: eu não acho que ninguém deva consumir estas merdas, por favor. Mas a salsicha sai do corpinho, mais cedo ou mais tarde e seja lá de que forma, como tudo mais que entra pela boca. Portanto, já que alimento também deve ser bom para o espírito e o coração, de vez em quando, desde que em determinadas condições (fome, madrugada, bons amigos, bagunça), um podrão bem traçado no meio da rua não faz mal nenhum.
20.10.09
Para Eduardo, o Pecado da Gula


Uma foto de presente para meu amigo Eduardo 'Claret' Marini, que é, ele sim, um verdadeiro doce, e escreveu sobre este blog e esta que vos fala palavras que nenhum dos dois jamais mereceram. Claret, para você, um delicioso pastel de nata - que, você bem sabe, no Brasil chamamos 'pastel de Belém', mas cá em Portugal só há um com este nome, aquele feito em Belém mesmo e sobre o qual já falamos aqui. Os outros todos, os 'de nata', são 'genéricos'. E para acompanhar, um trecho maravilhoso de um texto de D. Duarte, "Leal Conselheiro", extraído do livro "A arte de comer em Portugal na Idade Média", um clássico do professor Salvador Dias Arnaut (Colares Editora, Sintra, Portugal). Lá vai, prepare-se:
"Do Pecado da Gula
Sumariamente em quatro partes o pecado da gula se ode partir. Primeira, que hora razoada, conveniente ou ordenada para comer não quer aguardar. Segunda, que o ventre de comer ou beber deseja sobejamente encher. Terceira, que viandas e beberes estremados (sic) cobiça sempre usar. Quarta, que sobejamente com grande folgança e glória faz comer e beber para elo perceber e aparelhar. Da primeira nasce desobediência, e apartada conversação de boas pessoas, e isto por não guardar dias de jejuns, bons conselhos e costumes. Da segunda, luxúria e destemperança do entender, e do corpo muitas enfermidades. E para todo o bom saber muita rudeza. Da terceira vem aos religiosos não consentir que vivam na pobreza que prometeram, porque se trabalham de ter com que satisfaçam ao que desejam. E aos que riquezas podem possuir, faz ser pobres, mal as despendendo em custosas viandas e vinhos que bem escusar, se temperados fossem, poderiam. Da quarta vem fazer deus do seu ventre, não havendo tanto desejo continuado pensamento de prazer ao senhor como a ele, e aos gargantões convém não guardar hora conveniente, e sobrejo comer e beber."
Para ler Eduardo Marini, http://blogs.r7.com/eduardo-marini/
14.10.09
Pastelaria Vênus



Na foto, um pastelzinho de bacalhau (milagrosamente quente - acho que dei sorte de pegar a fornada recém saída) e um rissol de camarão - desta vez, frio. Destaque para o bolinho, ops, pastel: textura cremosa, amanteigado, um sabor levemente adocicado por cebolas, gostinho de pimenta do reino... Nada de azeite, desnecessário. Domigo de sol, sentadinha do lado de fora, um chocolate quente, jornal e sem mais para o momento. Abraço.
Pastelaria Vênus
Al. Calouste Gulbenkian 31-RC, Coimbra, Portugal
13.10.09
Comida de estudante

12.10.09
Jeitinho brasileiro





Foi só dizer que Anastácia já se sentia em casa em Coimbra que o Brasilzão Véio começou a dar as caras por aí. É coxinha, brigadeiro, pão de queijo... uma farra. Comida típica brasileira também não falta, picanha, feijoada. Não experimentei absolutamente nada, ok?, minha filosofia não permite. Além disso, convenhamos: acabo de chegar, ainda preciso me entupir de bacalhau, bifanas e outras cositas más. Se bem que a coxinha tá com uma cara boa...
Duas bochechas e algumas tascas





O primeiro fim de semana por aqui não podia ter sido melhor: recebi a visita de uma bochecha amiga e feliz, Mariana Filgueiras, que anda tomando ares em Espanha, e partimos em aventuras pelas cozinhas de Coimbra. Começamos traçando sardinhas lindas numa pequena - mas muito pequena mesmo - tasca na zona histórica da cidade, perto da Universidade. Aliás, a cidade é generosa com os estudantes de poucos tostões: por um prato cheio de sardinhas no azeite, com pães e cerveja pagamos pouco mais de 4 euros (quase R$ 12,00). Seguimos rumo ao famoso “café com um docinho”, e escolhemos gemas e açúcar em forma de queijadinhas. Uma boa caminhada pela cidade nos levou a um restaurante indiano (um dos poucos que ainda estava aberto no fim da tarde), onde cada prato de bacalhau com batatinhas ao murro nos custou 6 euros (quase R$ 18,00). No outro dia, sapateira – eles gostam bastante disso por aqui: 8 euros por uma sapateira carnuda, martelada com gosto, acompanhada de um molho feito da sua própria carne e pão. Prefeito. Mas sinceramente? Amei, principalmente, a companhia. Aliás, nada é por acaso: a revista de culinária mais popular por aqui se chama... Mariana (na foto, ela e ela mesma). Volte sempre, bochechuda!
As vendinhas XVII
7.10.09
Anastácia em Coimbra!

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