Mais uma vez, estamos na Idade Média. E isso não é pejorativo, por favor. Só uma constatação. Nas listas de alimentos que analiso e ando estudando por aqui no mestrado em história da alimentação topo com estes animais o tempo todo: perdizes, coelhos, lebres, faisões (estes eram caríssimos e raros no mercado, já que serviam como grandes auxiliares na caça), pombos, galinhas... Naquele tempo, carne era coisa de gente muito fina. Pobres da cidade e camponeses na Europa cristã, sobretudo a Mediterrânea, raramente comiam. Quando o faziam, eram principalmente de porco e de carneiro. Em Portugal, claro, a sardinha, o "peixe dos pobres", salgada, fresca, em conserva, era companheira de todas as horas e complementava a ração de cereais. Se para nós brasileiros a imagem de um animal assim, in natura, na feira ou mercadinho da esquina, é estranha (vejam o Borough Market aí embaixo), para os europeus é absolutamente normal. E eu já começo a achar que prefiro isso às embalagens de plástico anti-sépticas nas quais todos os pedaços de um animal têm o mesmo tamanho e cor. Desconfiiiiiiio.






