8.4.13
Lançamos!
2.4.13
Guia Gastronômico das Favelas do Rio
Depois de meses de pesquisa, trabalho e espera, finalmente, é chegada a hora!
Vamos lançar o Guia Gastronômico de Favelas do Rio, com edição de Sérgio Bloch, textos meus e fotos sensacionais de Marcos Pinto, na Livraria Cultura, no Centro do Rio de Janeiro.
E atenção para as legendas destas belezuras aí de cima: o medalhão do Bar Lacubaco, no Vidigal; Tino e Leandro, pai e filho, donos do Bar do Tino, no Morro do Prazeres (a vista é 'feia'...); a vista que se tem da Laje do César, no Chapéu Mangueira (só abre para eventos); a comida maravilhosa - baião de dois, costela de boi, salada e farofa do Restaurante 48; o frango no bafo do Bar do Tino; Augusto, do 48, com o chef Olivier Cozan, com quem ele trabalhou; a capa do livro, que tem design assinado pelas meninas da Traço Design; e o Big Favella, do Complexo do Alemão - pertinho da estação Itararé do Teleférico.
Façam boa viagem pelas favelas cariocas. Bom apetite!
1.4.10
Tudo que nos representa
29.3.10
Câmara Cascudo II

25.3.10
Câmara Cascudo I

27.10.09
25.7.09
Pasta!
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2.7.09
"Por quem os cardápios dobram"

3.6.08
O Jardim Botânico, Dom João VI e sua galinha mourisca





21.5.08
Queijadinha, de Odivelas a Teresópolis

O Mosteiro de São Dinis e São Bernardo de Odivelas, fundado em 1295, sofreu com inúmeras pilhagens, principalmente napoleônicas, e acabou extinto em 1833. A monja Carolina Augusta de Castro e Silva foi última a deixar o lugar ("filha legítima de Romão José da Silva e de Maria Francisca dos Santos. Nasceu em Lisboa no dia 11 de janeiro de 1816, foi batizada na freguesia do Sacramento. Neta de Paulino José da Silva Barboza e de Anna Joaquina e materna de José Gomes da Costa e de Rosa Viterbo. Quero ser enterrada no semitério - sic - de Odivellas, e não em Lisboa, espero q. me fação - sic - esta última vontade."), e não sem levar consigo o já histórico livro de receitas do convento. Hoje, trata-se de um clássico, uma coleção de 209 receitas, algumas com nomes inspiradores como ovos de amor, bolos celestes, bolos da esperança, pastelinhos de boca de dama, bolos de raiva do rato. Sem falar na abundância de, é claro, ovos. Que tal um bolo de ovos recheado de... ovos moles? Então, fique com a queijadinha de Odivelas, ainda que ela não tenha nada a ver com a nossa, que leva côco ralado e nada de amêndoas...
"Queijadas de amêndoa
Em 480g de açúcar em ponto de cabelo bem alto, deita-se a mesma quantidade de amêndoa ralada; mexe-se muito bem e tira-se lume, conttinuando a mexer; deitam-se-lhe 6 gemas muito batidas; esta massa deve ficar dura; leva água de flor de laranjeira, açúcar e manteiga q.b.; fica pronta para ir ao forno."
19.9.07
O Prato do Dia de Tiça Magalhães


1. O que faz um personal cook?
Dá aula particular. Ensina tudo que a pessoa quer aprender, na casa dela.
2. Alta gastronomia ou comida de boteco?
As duas coisas. Depende do lugar, com quem e em que momento. Só não gosto da comida pesada, com muito óleo, creme de leite, excesso de gordura. Gosto de ervas e bons caldos para darem o sabor especial.
3. O país de culinária mais marcante.
Tenho sangue italiano e adorei o Oriente, Indonésia, Japão, China, Tailândia e Havaí, lugares que possuem o que chamamos de comida oriental. Estive 9 vezes na Indonésia, 2 no Japão e 1 na China. E morei 5 anos no Havaí.
3. Um prato inesquecível.
King Crab do Alaska com molho de manteiga queimada e batata assada no forno com casca e manteiga e ervas.
4. Qual é seu instrumento preferido na cozinha? E o indispensável?
Boas panelas e frigideiras, colheres de pau chinesas de bambu ou de polietileno brancas.
6. Por que fazer um livro de pratos rápidos?
Porque no mundo de hoje as pessoas não tem muito tempo a perder, tem que ser simples, fácil, rápidas e com um toque de sofisticação e uma boa pitada de amor.
Camarão Mauii, de Tiça Magalhães
- Pegue 10 a 12 camarões grandes. Limpe bem e deixe só o rabinho. Salpique um pouco de sal.
- Em um prato, coloque 5 claras mal batidas, em outro, coloque 1 pacote de coco radado.
- Passe o camarão na clara e depois no coco ralado, para empanar bem.
- Depois, é só fritar na frigideira com bastante óleo. Até dourar.
- Retire e sirva com abacaxi grelhado e um bom arroz ao curry.
6.8.07
Salada de queijo de cabra quente

"A salade au crottin chaud é uma dessas raras especialidades para a qual é possível atribuir uma paternidade plausível (ou melhor, uma maternidade). Surgiu pela primeira vez no início dos anos 60, no menu de Les Belles Gourmandes, o fantástico restaurante do chef Henri Faugeron, localizado na pequena rua que sai da rue du Bac, em Paris. Faugeron, que posteriormente se transferiu para o esnobe sexto arrondissement, chegou a alcançar duas estrelas Michelin, mas jamais três. Ele me contou que foi uma idosa e miúda senhora parisiense, uma transeunte que parou para examinar o menu colocado junto à entrada - um passatempo favorito dos pedestres em todos os cantos de Paris - que entrou em seu restaurante certa manhã para sugerir que ele acrescentasse um prato que ela adorava preparar em casa: aquecer queijo de cabra até derreter e sevi-lo sobre salada com um bom e forte vinagrete. Ele ficou tão impressionado que quis oferecer-lhe uma refeição por conta da casa pela sugestão. Ela não aceitou, desapareceu como uma idosa fada-madrinha na névoa de monóxido de carbono do boulevard St. Germain, e nunca mais foi vista"
* Recomendo o livro, é sensacional. Falarei mais dele aqui depois...
2.8.07
Sopa de cenoura com gengibre e mel (da Rita Lobo)

"Em Londres, há uma livraria chamada Books for Cooks, especializada em livros de culinária, que nos fins de semana transforma a sua cozinha experimental em um pequeno restaurante. São apenas seis mesas entre livros e mais livros de culinária, de frente para uma pequena cozinha, bem caseira, aberta para o salão. Durante a semana, a cozinha trabalha a todo vapor, testando receitas dos títulos à venda na livraria. No fim de cada ano, as melhores receitas tornam-se uma coletânea num livro publicado pela própria livraria. É uma compra esperta: boas receitas das últimas publicações, com preço de um único livro. Algumas receitas são ótimas, como a que inspirou a sopa a seguir. Tanto a cenoura, rica em açúcar, quanto o mel emprestam a esta sopa um sabor adocicado. Por isso, na hora de escolher o vinho, lembre que, se não for minimamente doce, parecerá azedo em contraste com a sopa"
Sopa de cenoura com gengibre e mel (para 4 pessoas)
Ingredientes
800 gramas de cenouras em cubos
1 cebola picada
1 dente de alho picado
3 talos de salsão picados
1/2 colher de sopa de gengibre ralado
2 colheres de sopa de manteiga
sal e pimenta a gosto
1 litro de caldo de galinha ou de água
3 colheres de chá de mel
1 folha de louro
1/2 xícara de creme de leite
salsinha picada para decorar
Modo de preparo
1. Faça todo o pré-preparo: corte as cenouras em cubos uniformes (para que cozinhem por igual), pique a cebola, o alho, o salsão e rale o gengibre.
2. Derreta a manteiga numa panela grande e coloque os cubos de cenoura, a cebola, o alho, o salsão e o gengibre. Misture bem. Tempere com sal e pimenta, tampe a panela e deixe cozinhar por 20 minutos, mexendo de vez em quando.
3. Leve ao fogo o caldo de galinha ou a água e, assim que começar a ferver, transfira cuidadosamente para a penela com os outros ingredientes cozidos e mexa bem. Junte o mel e a folha de louro e deixe cozinhar em fogo baixo por 10 minutos.
4. Retire a folha de louro, bata a sopa no liquidificador e, para obter uma textura mais aveludada, passe por uma peneira ao devolvê-la à panela. Misture bem o creme de leite e polvilhe com a salsinha na hora de servir. Para variar, você pode usar o creme de leite para desenhar na sopa.
1.8.07
O bacalhau do Parrô do Valentim




Parrô do Valentim, em Itaipava. Eu nem vou dizer nada, é só olhar a foto do bacalhau maravilhoso. Foi lá que aprendi a gostar de bacalhau, há uns cinco anos (pois é, descobri tarde, eu sei!). A verdade é que minha família não tem nada, nada de portuguesa - de um lado, é italianíssima; de outro, é espanhola e polonesa. E sempre morei em São Paulo e Curitiba, longe da cultura lusitana que pega todo mundo no Rio, independente das origens familiares. A única vez que comi um bacalhau lá em casa foi uma experiência simplesmente horrível! Traumatizei, sabe? Enfim, fui apresentada ao bacalhau gostoso e me apaixonei para sempre - pelo bacalhau e pelo namorado - lá no Parrô do Valentim. O restaurante tem estrelas no Guia 4 Rodas, é super bem cotado pelos críticos. As paredes estão forradas de reportagens elogiosas. Mas não é caríssimo. É simples, faz você se sentir em Portugal, o que não chega a ser uma novidade no Rio de Janeiro. Para homenagear nossos amigos lusitanos (Elvira, o caranguejo era para você, sim!), aí vai uma receita que tirei do livro "Grande livro das receitas de bacalhau", que saiu no Brasil pela Editora Impala. Escolhi uma que leva vinho do Porto, que nunca vi nos restaurantes por aqui. Aproveite e dê uma olhada aqui: http://www.parrodovalentim.com.br/
E babe!
Bacalhau com vinho do Porto (para 4 pessoas)
Ingredientes
4 postas de bacalhau demolhado
200 ml de azeite
1 quilo de tomate maduro
2 dentes de alho
1 maço de salsa
200 gramas de cogumelos
1 cálice de vinho do Porto seco
800 gramas de batatas
2 ovos
farinha, azeite, farinha de rosca, sal e pimenta a gosto
Modo de preparo
1. Tire as peles e as espinhas do bacalhau e corte-os em filés. Em seguida, passe-os pela farinha, frite-os no azeite e escorra em papel toalha.
2. No mesmo azeite, faça um refogado com o tomate, sem pele e sem sementes, a salsa (ambos picados), os alhos esmagados, os cogumelos cortados em pedaços e o vinho do Porto. Tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar em fogo brando, por 15 minutos.
3. Nesse meio tempo, descasque as batatas e cozinhe-as em água temperada com sal. Depois de cozidas, passe-as pelos ovos batidos e frite em azeite. Coloque os filés no prato refratário, regue-os com o molho de tomate e salpique com farinha de rosca.
4. Leve ao forno durante 15 minutos. Sirva com as batatas.
Sugestão - Depois de passar as batatas pelo ovo batido, passe-as também por farinha de rosca e frite-as em seguida.
11.7.07
Farofa de pinhão


17.5.07
Sopa de peixe de Livorno (Antonio Carluccio)


12.5.07
Top 5 cook-book combination - Parte 1

8.5.07
Receita do Ratatouille Niçoise

3.5.07
Panelas, meditação, cozinha e alma

A única coisa que eu não gosto no livro "Meditando na Cozinha - crônicas & receitas", de Sônia Hirsch, é o gerúndio do título. O resto é só alegria. Sônia escreve de um jeito simples e acerta o ponto exato ao falar da beleza do ato de cozinhar. É de ler numa sentada. Só um trechinho interessante, sobre panelas mineiras (olha os mineiros aí de novo), meditação, cozinha e alma:
"Os japoneses têm longa tradição tanto na arte de meditar quanto na de lidar com vegetais, produzindo lindos pratos a partir das formas, cores e texturas que oferecem ao paladar. Têm também as melhores facas e tábuas, e uma infinidade de utensílios impensáveis antes e indispensáveis depois - pequenos raladores para gengibre, descascadores, peneiras de bambu, colheres, espátulas, pinças, recipientes para cozinhar no vapor - enfim, a boa loja de produtos japoneses é a disneilândia da cozinha.
Agora, no tocante a panelas, sejamos Brasil: as de pedra-sabão, mineiras, são imbatíveis. Feitas de uma coisa completamente natural, pedra, curada no forno com outra coisa completamente natural, óleo. Pesadas. Não pode lavar com detergente porque entranha, só sabão e esponja. Em compensação, nenhuma outra panela vai refogar cebolas no azeite com tanta ternura quanto a de pedra: devagar, cozinhando cada partícula de cebola até deixá-la doce e transparente, e se continuar fica dourada e vira manteiga de cebola, uma coisa maravilhosa para passar no pão. (Não rende, ponha no mínimo dez cebolas.)
Importantíssimo no ritual da cozinha: não perturbá-la batendo colheres na boca das panelas, fazer tudo silenciosamente. A leveza ao pousar a tampa no bule ensaia a leveza da vida. Mexer uma panela prestando atenção é igual a desenhar uma mandala, faz efeito no ser inteiro.
Comida e alma se dão muito bem. Cozinhar pode ser uma prática tão rica em significados e insights quanto qualquer outra. Além de acalmar a mente, como toda meditação que se preza."
16.4.07
Batatas, meu amor I

"Nossa história começa há uns 28 milhões de anos, com fendas sísmicas, precipícios brutais, trovões assustadores, despenhadeiros radicais, erupções vulcânicas, temperaturas desgovernadas, terremotos. Depois de tantas ações, reações, lutas, conflitos e adaptações, um mimo da natureza: ergue-se a Cordilheira dos Andes e ocorre a formação de um dos maiores centros de diversidade biológica do mundo.
Nesse cenário de força, vigor e variedade, açambarcando desde áridos desertos à luxúria da vegetação amazônica, surge um alimento que, pouso a pouco, se tornou importante para o homem. Salvou povos da fome, foi pintado por Van Gogh, navegou no espaço via Space Shuttle Columbia, da Nasa, revelou incrível capacidade de render muito a custos baixos, foi citado por Shakespeare, agrada aos gourmets (ah, o purê do Joël Rebuchon!) e aos adeptos do fast-food (que tal umas fritas agora?). Talvez seja o único legume que as crianças aprovam e comem sem reclamar.
A batata é camaleoa: consegue ser clássica, barroca e moderna. Nem salgada, nem amarga, nem ácida. É acolhedora, cadeira de balanço, colo de avó, carinho de mãe, presença do pai. Comfort food, definem os foodies. Enfrentou calúnias: uns diziam que dava lepra; outros, que era veneno puro; outros, ainda, que não podia ser comida por não ser mencionada na Bíblia e por ser a 'planta do Diabo'.
Em suma, onde houvesse batata, haveira algo de podre. Nada mais errado. Hoje, ela é o quarto alimento mais consumido do mundo, com produção anual acima de 300 milhões de toneladas. Só fica atrás do arroz, do trigo e do milho. Mas está florescendo em todas as partes do mundo, é mais eficaz e ocupa menos espaço que os demais cultivos. A China hoje é seu maior produtor.
Entre suas mil e uma utilidades, tira cheiros da geladeira, ajuda a limpar espelhos, vasos de cristal, panelas e prataria; entra na fabricação do papel. Como compressa, serena a pressão nos olhos e ajuda a deter o sangramento de feridas. Seu suco é um conforto para úlceras gástricas, elimina parasitas intestinais e, ralada, alivia queimaduras. Faz desaparecer dores reumáticas e, cortada em rodelas, posta sobre a testa, debela enxaquecas. Máscaras de batata previnem rugas e reduzem inchaços".
Batata, de Danúsia Bárbara, com fotos de Sergio Pagano.
Lá em cima, batatinhas com manteiga, alho, sal e cheiro verde. Para mim, tá mais que bom. Morro feliz depois de comer um pratinho desses.