31.3.11

Enchendo linguiça

Não sei quem escreveu, de onde surgiu, nada, nada. Só sei que duas amigas me enviaram por email, é um texto que rola por aí, nos infinitos domínios da internet. Achei que seria legal postar aqui, é super criativo e revela a importância dos atos relacionados à alimentação, dos ingredientes etc. para o nosso dia-a-dia. A língua portuguesa está repleta de expressões metafóricas que têm a comida como tema, e alguém resolveu alinhavar boa parte delas num texto único. Vejam, é bem legal:

"Quando comecei, pensava que escrever sobre comida seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem idéias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. E não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas.

Já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.

Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher lingüiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos.

Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão.

Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese...etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.

O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.

Por outro lado se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros é refresco.

A carne é fraca, eu sei. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas. Mas quem não arrisca não petisca, e depois quando se junta a fome com a vontade de comer as coisas mudam da água pro vinho.

Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Puxe a brasa pra sua sardinha que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda."

17.3.11

Jamie Oliver nas páginas amarelas

Vamos de Jamie Oliver! Uma entrevista publicada na revista Veja, em junho de 2010. Esse menino sempre tem algo interessante a dizer...



3.3.11

Viva o Mocotó!




O Mocotó é meu mais novo restaurante preferido em São Paulo. Tudo bem que ele não é tão novo assim nem faz tão pouco tempo que estive lá, levada por Claudinha, minha amiga, minha irmã. O lugar existe desde os anos 70, mas a nova fase começou há menos de cinco anos, com o jovem chef Rodrigo Oliveira, filho de Zé Almeida, dono do estabelecimento. Para quem não é da Zona Norte, chegar lá, na Vila Medeiros, pode ser uma longa jornada, mas vale cada segundo de trânsito, eventuais voltas para encontrar o caminho e qualquer meia hora de espera na fila.

Caldo de mocotó, linguiça, escondidinho, chips de aipim, panelinha de carne com aipim e legumes... o cardápio é extremamente criativo, brasileiríssimo, nordestino para ninguém botar defeito. E tudo que provei da cozinha beirava a perfeição. Sem falar no clima descontraído do lugar - que tem preços justos, aliás -, na cerveja de garrafa, na cachacinha, nos amigos. Viva o Mocotó, já estou com saudades!

2.3.11

Magret de pato e outras coisinhas da Manu Zappa






Fiz uma aula de magret de pato com a querida chef Manu Zappa, no Prosa na Cozinha! Em tom super informal, descontraído, uma turma de oito pessoas aprende as receitas deliciosas que ela prepara de três a quatro vezes por semana. Ontem à noite foi a minha vez.

Manu é craque - e fã de batatas, como eu. Cozinha com jeitão espontâneo, ensina como quem quer aprender, sem verdades absolutas. Nem barrigão de oito meses a impede de qualquer coisa. Aprendemos a fazer magret de pato, com uma tal couve frita - ou crocante, para ficar mais chique - que, eu disse ontem mesmo, ganhou o prêmio revelação da noite, e purê de pesto. De sobremesa, um suflê de chocolate facílimo e delicioso.
Ou seja, sensacional. Valeu, Manu!

Quem quiser saber mais, clique aqui.
Eu recomendo!