28.9.11

Arroz de alho da Alcione


Passei algumas horas com Alcione, na casa dela, e foi indescritível. Só lamento não ter provado da sua comida... A fama de cozinheira de mão cheia desta maranhense carismática como poucos corre o mundo -- até Gilberto Gil elogiou. Diz Alcione que gosta mesmo é dos pratos típicos de sua terra natal. Conversamos um pouco sobre isso, ao final da entrevista que fiz. E aproveitei - não sou boba nem nada - para pedir uma receita. Mas vou descartar o formato tradicional "ingredientes-modo de preparo" aqui, vale mais a pena ler as palavras da própria Alcione. Fala, Marrom!

Eu - Me dá uma receita, Marrom...

Marrom - Claro, receita de quê? Tem uma farofa de Neston que eu faço muito boa...
Eu - Farofa de Neston, não. Você já falou dela na televisão, eu vi no youtube.
Marrom - Ah, então tá, vou te dar uma receita de arroz de alho, gosta de alho?
Eu - Adoro!
Marrom - É para quando você chegar cansada do trabalho e quiser comer alguma coisa rápida. Aí tem aquele arrozinho guardado... Você pega uma panela ou frigideira, bota manteiga, umas três cabeças de alho picadas e estala dois ovos ali dentro. Quando está para ficar bom, você joga o arroz ali dentro, mexe rápido e apaga o fogo. E come. Não tem coisa melhor! Come e corre para o abraço! A gente pede perdão para Deus. Quando o ovo estiver ficando no ponto que você gosta de comer, joga o arroz. Não pode deixar muito mole. Vem com o gosto do alho, da manteiga e do ovo. Só com aquilo você janta. 
Eu - Sensacional... E o que você mais gosta de comer? Aquele prato que só de pensar já dá água na boca? 
Marrom - A coisa que mais gosto de comer é cuxá com arroz branco, ou arroz de cuxá. E torta de caranguejo, que é o melhor prato do mundo! Minha especialidade é torta de caranguejo, ninguém faz melhor do que eu nessa família. Eu sou imbatível. Agora, minha irmã faz uma torta de camarão seco e um bolo de aipim que ninguém faz melhor. Aquele bolo molhadinho, sabe? Hummm...  



Dona Onça: não tem preço




A primeira coisa que alguém me disse quando contei que ia ao Dona Onça, no Copan, foi qualquer coisa como "não pago 40 contos num prato de rabada mas nem que a vaca tussa..." Pois eu paguei e me regalei. Nossa senhora, nunca antes na história desse país houve uma rabada como aquela - para usar um jargão tão batido quanto o próprio praro. E meu marido raspou o prato de carne moída com quiabo, ovo frito, arroz branco. Também não tenho palavras para descrever a cremosidade e o sabor da polenta que acompanhava minha rabada - para ser despejada no prato ao gosto do frequês.

Tudo no Dona Onça é delicioso - exceto o preço, claro. Uma caipirinha sai por cerca de R$ 18,00. Acho um exagero. Mas confesso que, ao final, pagamos satisfeitíssimos. Saímos com a impressão de que, sim, é caro, mas sim, vale a pena. A conta, com entradinha, dois pratos, duas cervejas, caipirinha, sobremesa (mousse de chocolate com calda de frutas vermelhas?) e cafezinho, custou cerca de R$ 230,00. Não é para todo dia, obviamente. E sempre haverá os que acham que rabada boa só no boteco na esquina. Vá lá que eu também adoro uma tosquice, mas a rabada do boteco da esquina vale pelo preço, ambiente e todo o resto, menos pela comida em si. Já a do Dona Onça, simplesmente, não tem preço.

Ops, já ia esquecendo. Recomendo vivamente também os mini sanduíches de linguiça caseira como entrada.

Dona Onça
Avenida Ipiranga, 200, São Paulo

11 3129-7619
Metrô República