8.7.08

Viagem no tempo: coquetel de camarões


Tenho a alma retrô, sabe? E quando minha mãe vem de São Paulo, ou quando vou visitá-la em Sampa, e sempre que dá tempo, fazemos algo no fogão que nos faça voltar no tempo. Minha infância teve muito estrogonofe, filé ao poivre (minha mãe adora amassar as pimentinhas e usar em qualquer receita), melão espetado com pedacinhos de presunto (nas festinhas, invariavelmente). Naquele tempo, camarão era artigo de luxo lá em casa, só de vez em quando, por isso, coquetel de camarão, jamais! E por isso também, da última vez que nos encontramos, assim que minha mãe pronunciou "coquetel de camarão", sugerindo que experimentássemos uma velha receita, eu, em câmera lenta, levantei os braços e vibrei: "Yes!Coquetel de camarão! Eu nunca comi, eu nunca comi!" (Como diz meu amigo Alexandre Arruda, "pobre não recusa camarão"). Sempre ouvi falar do tal coquetel, e olha minha ignorância, não sabia que levava álcool! Pois fiquei quase bebum com esse aí da foto, porque dona Cecília mandou ver, hahaha. Reproduzo aqui a receita do livro Dona Benta - Comer Bem, embora aqui em casa a gente tenha improvisado com vodka, na falta de gim. Ah, sim, nós também ignoramos o gelo moído, acho que não fez muita falta.

Coquetel de Camarão
- 2 xícaras de maionese
- 3/4 de xícara de creme de leite
- 1/2 xícara de ketchup
- 1 colher de sobremesa de molho inglês
- 1 colher de sopa de gim
- 250 gramas de camarões pequenos cozidos
- 500 gramas de camarões médios cozidos
- sal e pimenta do reino

Modo de Preparo
1. Pique grosseiramente os camarões pequenos e coloque-os em uma tigela. Adicione a maionese, o molho inglês, o gim, o creme de leite e o ketchup. Tempere com sal e pimenta e misture bem. Leve à geladeira.
2. Coloque o creme em taças próprias, sobre gelo moído, e enfeite, colocando os camarões médios inteiros ao redor das taças.
3. Leve para gelar.

Anastácia também é cultura: Segundo o livro As cem receitas mais famosas do mundo, de Roland Gööck (uma publicação do Círculo do Livro que tem mais de 30 anos, presente da minha amiga Rosinha), os americanos inventaram o "coquetel de lagosta", nos anos 70. Mas, como diz o livro, "a lagosta não é, de fato, um manjar acessível", o autor sugere: "também podem servir com este molho camarões". Ou seja, tenho cá para mim que a moda do coquetel de camarões, que nos anos 70 e um pedaço dos 80 foi uma verdadeira febre mundial, nada mais seja que a releitura desta receita. Aliás, no livro de Gööck, a receita leva conhaque, e não gim, e ainda aspargos e cogumelos.

Um comentário:

carmencita disse...

Esse seu coquetel ficou um luxo, ai que vontade que deu!!!Bjss