13.12.09

Caça, Idade Média e outras viagens

Mais uma vez, estamos na Idade Média. E isso não é pejorativo, por favor. Só uma constatação. Nas listas de alimentos que analiso e ando estudando por aqui no mestrado em história da alimentação topo com estes animais o tempo todo: perdizes, coelhos, lebres, faisões (estes eram caríssimos e raros no mercado, já que serviam como grandes auxiliares na caça), pombos, galinhas... Naquele tempo, carne era coisa de gente muito fina. Pobres da cidade e camponeses na Europa cristã, sobretudo a Mediterrânea, raramente comiam. Quando o faziam, eram principalmente de porco e de carneiro. Em Portugal, claro, a sardinha, o "peixe dos pobres", salgada, fresca, em conserva, era companheira de todas as horas e complementava a ração de cereais. Se para nós brasileiros a imagem de um animal assim, in natura, na feira ou mercadinho da esquina, é estranha (vejam o Borough Market aí embaixo), para os europeus é absolutamente normal. E eu já começo a achar que prefiro isso às embalagens de plástico anti-sépticas nas quais todos os pedaços de um animal têm o mesmo tamanho e cor. Desconfiiiiiiio.

5 comentários:

Carlos Alberto de Lima disse...

Querida e lida Ines.
Que possas, no próximo ano alimentar com mais assiduidade a Anastácia nossa de cada dia.

E, na noite de Natal possas agradecer pelo ano que está terminando.

Beijos em seu coração.

Anônimo disse...

Nesta noite eu entrei com saudade neste canto da blogosfera colorida.

Fiquei pensando no que essa nega houvera de ter proposto como comida.

Fico pensando na cabeça da nega, propondo sempre comida em vez de proposta (e ela meio rindo, e todos nós meio rindo, e tudo meio chorando com saudade da gente).

Ela não será cruel ao ponto de achar que todos merecemos o calor do sol sem tempero.

Se Deus quiser, haverei de ir para Portugal vê-la.

Sabe ela que gosto dos recônditos, da história, de onde a gastronomia realmente se faz grande.

Os vinhos, a Portugália...

Para rebater a imbeciália...

Tomara que a doçura dure.

Se Inês estiver feliz, basta para que eu chore.

Saudades da minha amiga.

Saudades da minha irmã.

Saudades da minha nega.

(estou ouvindo Paulinho da Viola cantar... Hoje eu vi minha nêga...)

That`s it.

Pastifício dell'amore disse...

Inezita Anástácia, degustando lebres e faisões em Portugal... Feliz Natal para rapariga!!!! "E nada de coisas impossíveis para que a vida possa ser mais bem vivida. Apenas uma praia para janeiro, uma fantasia para fevereiro, um conhaque para junho, um livro para agosto e as mesmas vontades para dezembro" (Sérgio Porto)

Unknown disse...

Companheira, espero que tenha tido um natal repleto de faisões e perdizes. Tudo muito regado a um bom Porto! E que 2010 seja o melhor ano do resto de nossas vidas (e todos os seguintes idem).
Esperamos você aqui para nos apresentar TODOS os resultados de seus estudos lusos.
Beijo grande

Eduardo Marini disse...

Oh, a tentação do sal.

Vou virar um al-quaediano dilemando com o sal.

De qualquer forma, eu não o quero, o sal, perto de mim a ponto de ser ele a minha criptonita.

Pressão.

Mas, no final, em sempre me entrego: podes me arrebentar...

(tem bichinho nisso, diria Baby ao ver o arroz de camarão da rua dos artistas)

Isadora cresceu - e eu começo a entendê-lo.