31.5.07
Fasano e o The Fat Duck, agora em versão integral
Minha primeira vez com as espumas
O restaurateur Rogério Fasano foi à Inglaterra experimentar a comida de vanguarda do Fat Duck, do chef Heston Blumenthal. No menu, sorvetes salgados, texturas estranhas e até mesmo um iPod para completar a experiência sensorial, como ele descreve
Rogério Fasano
Desde criança, sou daqueles conhecidos como "do contra". Basta inventarem uma nova tendência ou modismo que procuro uma ponte - parapassar por cima. Esse jeito de ser me faz invariavelmente adepto doditado "não fui, não vi e não gostei". Por isso, demorei tanto tempopara tomar conhecimento da chamada "atual modernidade gastronômica". Resolvi começar pelo que os aficionados desse tipo de cozinhaconsideram o mais ousado do mundo, o Fat Duck, a uma hora de Londres. Para quem não sabe, o chef Heston Blumenthal compete com Ferran Adrià, ano sim, ano não, como o melhor do mundo em várias publicações. Lá estamos, mesa para cinco: eu, minha mulher Ana, Drauzio Varella,sua mulher Regina e um amigo em comum, Isay Weinfeld (com quem já dividi inúmeros giros gastronômicos pela Itália). No caminho, fizemostodos a promessa de que iríamos sem preconceitos, para abrir nossasobtusas cabeças e entrar na experiência inglesa gastromolecular de Mr.Blumenthal. Afinal de contas, a Inglaterra é o berço da modernidade, e não é à toa que lá estão os geniais Paul Smith, Radiohead e JamieOliver
Apesar disso, no caminho sentia um certo frio na barriga. Nem a paz e a beleza do interior da Inglaterra eram capazes de me deixar mais tranqüilo. Tinha medo do que estava por vir. Venho de uma família que tem como filosofia que uma refeição perdida nunca é recuperada, daísofrermos tanto quando reclamações procedentes nos são feitas. Acidade é Bray; o lugar, um antigo cottage, arquitetonicamente charmoso, mas destruído por cinco quadros supostamente modernos, que fariam Picasso franzir a testa. Vamos ao que interessa:
Antipasto 1: nitro chá verde e mousse de limão.
Uma espuma de limão extraída de um sifão é jogada dentro de um potecom nitrogênio a 150 graus negativos, tornando-se imediatamentesólida, a comida vapt-vupt. O efeito? Quase nulo. Apenas amortece um pouco a língua; se soubesse o que viria pela frente, teria comido estas bolinhas como pipoca, para amortecer de vez o palato.
Antipasto 2: Ostra com molho de maracujá em mousse de gelatina.
Gostaria de deixar aqui uma pergunta: existirá no universo algum tipode molho que melhore uma ostra? Duvido. O nosso era um desses molhos que a nova cozinha tanto adora. Fico imaginando quem foi o sujeito queinventou que a comida gourmand tem que ser agridoce. Guilhotina nele.
Antipasto 3: Sorvete de mostarda com gaspacho de beterraba.
Desfrutamos o gaspacho de beterraba, com um insípido pãozinho servido frio. Quanto ao sorvete de mostarda, é exatamente o que se pode imaginar de um sorvete de mostarda. Estranhíssimo.
Antipasto 4: Pequenas geléias de sabores variados, que não consigodescrever, e cuja matéria-prima ninguém conseguiu identificar.
Antipasto 5: Pequenas torradas com trufas pretas. Excepcionalmente, são sólidas e normais na aparência. Chegaram a ser negociadas a pesode ouro, mas ninguém vendeu as suas. Mesmo sabendo, nós e o Sr. Blumenthal, que as trufas encontradas nesta época do ano são as piores que existem. Gostaria de fazer aqui um aparte: trufa é algo sublime que costuma mudar para melhor quase tudo aquilo que toca. Não confundir com óleo de trufa, que costuma ter o efeito contrário: destrói tudo e parece feito pela Esso, pois tem gosto de gasolina.
1º prato: Escargots com presunto espanhol e erva doce "barbeadas". Muito saboroso.
2 º prato: A quantidade de açúcar que acompanha o foie gras com cereja e camomila nos trouxe de volta à realidade.
3 º prato: Chamado sound of the sea; um espuma branca de textura estranhíssima, com uma espécie de areia-farofa servida ao lado. Eacompanhada de quê? De um iPod. Sério! Todos nós recebemos o aparelho, que fomos obrigados a usar, e que reproduzia barulhos do mar. Detalhe: o meu tinha uma camada extra de cera no fone de ouvido, deixada peloúltimo comensal. Fingi que não percebi e coloquei o meu, afinal decontas as pessoas vão ao Fat Duck para aplaudir, não para reclamar. Fica aqui uma sugestão, seria muito mais higiênico e faria o mesmo efeito, uma concha marinha.
Após retirarmos o iPod, Regina comentou: "Estive mês passado no que é considerado o restaurante mais antigo do mundo, que serve assados em Madri". A mesa quase veio abaixo. A curiosidade voltou-se toda para oque Regina havia comido. Isay, eu e Ana comentávamos o excepcional jantar que tivemos no Harry's Bar de Londres, um clube privado, que serve cozinha italiana, na síntese da modernidade: rústica, porém delicadíssima.
4 º prato: Já estava perdendo a paciência com nosso amigo Pato Gordo quando chegou um salmão pochê com aspargos, alcaçuz e grapefruit. Semexageros, considero o pior salmão que comi na vida.
Último prato: Excepcional costeleta de carneiro, porque estávamos naterra do melhor carneiro do mundo, mas era servida com um molho doce, muito doce. O Fat Duck é quase uma confeitaria, que serve alguns salgados.
Meu jantar aqui chegou ao fim. Pulei os doces, pois já tinha comido açúcar demais. Assim fez também Drauzio, que não come açúcar e já tinha ingerido sua dose pelos próximos 20 anos. A sobremesa mais famosa do lugar é um sorvete assim descrito: "nitro-ovos mexidos esorvete de bacon". Se o sorvete de mostarda já tinha sido duro, o que fazer então com a versão em bacon?
Os outros à mesa receberam o sorvete, mas apenas o tocaram, o que deixou os maîtres um pouco indignados. Não nos importamos muito, pois sabemos que nesses restaurantes, na grande maioria das vezes, o serviço é insuportável. Desde que alguns chefs foram elevados à categoria de diretores de cinema, seu staff age como coadjuvante degrandes estrelas. Eles se sentem contracenando com Marlon Brando oucomo assistentes de câmera de Stanley Kubrick.
Exceção feita a um simpático irlandês, ruivo, que a cada esquisitice servida à mesa, com muita ironia, após dez minutos de explicação decada prato, nos dizia: enjoy it! Como os recepcionistas da casa doshorrores.
Olhei para Isay - arquiteto moderno, antenado, culto, contemporâneo, enfim, entre os grandes - e entendi o que ele sente quando esta arquitetura feita com formas esdrúxulas é considerada moderna.
The end: a conta, 1.300 libras ou R$ 5.600, incluindo uma minúsculataça dos seguintes vinhos e saquê: Iphofer Kronsberg Silvaner SpatleseTrocken 2005; Vin de Pays des Côtes Catalanes, Le Soula, Roussillon;Vinoptima Gewürztraminer Reserve Gisborne; Rashiku Ginjo-SakeYamatogawa; Quinta da Falorca Reserva Dão; Barolo, Nei Cannubi LuigiEinaudi. Voltamos ao nosso motorista, mais inglês impossível, eacostumado a levar pessoas ao Fat Duck, que com muito sarcasmopergunta: "Any good?" Isay de bate pronto: "No". Motorista: "Lots of people say that". Penso: nem tudo está perdido.
(PS: Se você quiser passar pelo mesmo tipo de refeição, a espera é de aproximadamente dois meses.)
* Rogério Fasano é proprietário dos restaurantes Fasano, Parigi e Gero
30.5.07
Spaghetti ao molho de berinjela
Receita rápida, se você já tiver alguns ingredientes preparados. Eu já tinha berinjela assada com cebolas, azeite e alho (tudo no forno, vá mexendo, misturando o azeite, até que as fatias de berinjela murchem bastante. Não esqueça do sal e seja generoso no azeite. Dura bastante na geladeira, use no pão, nos molhos, no cuzcuz). Aproveitei-as. Preparei um molho básico de tomate (cebola e bastante alho, sal e pimenta do reino, tomates), acrescentei a beringela assada, lâminas de champignons e um pimentão "chamuscado" em fatias (pegue o pimentão verde, faça furos, coloque direto na boca do fogão e vá virando, até que fique todo queimadinho. Depois, tire a pele, a polpa e fatie. Fica com um sabor defumado.) Pronto. Divirta-se.28.5.07
Ai de mim, aipim
Ô inhame, a batata é uma puta barata. Deixa ela pro nabo nababo que baba de bobo. Transa uma com a cebola.
Aquele hálito? Que hábito! Me faz chorar.
Então procura uma cenoura.
Coradinha, mas muito enrustida.
A abóbora tá aí mesmo.
Como eu gosto de abóbora.
Então namora uma.
Falô. Vou pegar meu gorrinho e sair poraí pra procurar uma abóbora maneira
Té mais, aipim
Té mais, inhame
Chacal
Lamas

23.5.07
Ceviche da Telma
Minha tia Telma, que cozinha maravilhosamente bem e detesta ser chamada de "tia", me mandou uma receita de ceviche dia desses. Pedi uma foto, já que ela é fotógrafa e faria algumas de dar água na boca. Mas a resposta veio de bate-pronto. "Faça você e tire a foto". Claro. Ela me mandou a receita não para a danadinha ficar parada ali no meu email. Mas para tomar forma. Ou fôrma (ai, esta foi péssima). Por isso, ontem, na feira, comprei um quilo de filé de linguado e resolvi me dedicar ao ceviche da Telma, que leva coentro, champignon e, acreditem, abacate. Sim, abacate na comida salgada, combinação que os latino-americanos fazem há centenas de anos. Uma amiga foi à Colômbia e ficou impressionada com a quantidade de abacate que se come. "É abacate no café, no almoço, na janta, como prato principal, acompanhamento...". Com a Telma não deixaria de ser diferente, já que a titia mora em Caracas há pouco mais de um ano. Pois bem, o abacate não está na foto porque o ceviche ainda não foi servido, o que só acontecerá esta noite. Mas já adianto que a receita é sensacional, saborosíssima. Experimente, é super simples.Ceviche da Telma
- 1 kg de peixe bem fresco (pode ser salmão, linguado, robalo, cavala) cortado em cubos pequenos, sem pele e sem espinhas
- suco de 6 ou 7 limões grandes ou mais, se pequenos
- 350 g de tomates maduros sem pele e sementes, picados em lascas ou cubos
- 1/2 xícara de chá de azeite de oliva
- 1 colher de chá de orégano
- sal e pimenta do reino a gosto
- 1 pimenta vermelha ou verde fresca bem picadinha, pode ser de cheiro ou dedo de moça (aqui em Caracas usa-se 'chilli serrano' ou 'aji picante', mas como aí no Brasil não tem, use pimenta de cheiro, que combina mais com peixe)
- 1 abacate pequeno não muito maduro, para que possa ser trabalhado sem desmanchar, sem casca, sem caroço e cortado em fatias.
- 1 cebola cortada em rodelas e separada em anéis, melhor se for cebola roxa.
- 1 xícara de chá de champignos frescos cortado em fatias.
- 1 maço médio de coentro bem picadinho (insubstituível e imprescindível pelo sabor)
- alface tipo americana para acomodar dentro o ceviche em porções individuais ou numa travessa.
Modo de preparo
Mergulhe o peixe no suco de limão, tampe e deixe na geladeira por pelo menos 5 horas ou até que o peixe se torne opaco e esbranquiçado. Mexa de vez em quando para que absorva por igual o limão. Melhor se fizer de um dia para o outro. Acrescente os tomates, a pimenta fresca, o azeite, o orégano, sal e pimenta do reino, misture tudo e volte para a geladeira por mais uma ou duas horas. Na hora de servir, misture com o champignons, parte do coentro, a cebola e enfeite com o abacate descascado e cortado na hora, e passe suco de limão pelo abacate para nao escurecer. Ponha tudo sobre as folhas de alface. O suco que ficou da marinada derrame sobre tudo e salpique o resto do coentro.
É muito bom, que dá agua na boca. Faça e depois me conte.
Já fiz, ó. Tá aí! Você acha que eu sou boba? Ah, esqueci de dizer que eu acrescentei um pimentãozinho... Hehehehe.
Uniforme perfeito para uma perfeita devoradora de papinhas
22.5.07
Rogério Fasano, meu mais novo ídolo


Enlatados do meu coração
Conservas, compotas, ingredientes finos, pratos prontos. Um grande universo de sabores, de petiscos a refeições completas, está guardado nas tradicionais embalagens de aço.
Ninguém está querendo convencer você de que eles são melhores do que comida fresca. Só estamos chamando a atenção para o vasto, variado e muitas vezes delicioso mundo dos enlatados. Nesta categoria de produtos envasados em embalagens de metal, a gama é extensa. Vai daqueles de larga produção industrial, populares, a iguarias. De ingredientes finamente trabalhados a pratos prontos. E inclui petiscos, pães, doces, frutas, numa variedade que vai muito além sardinha (a mais vendida, por aqui) e da sopa Campbell's (o emblema pop da modalidade, graças às embalagens eternizadas na obra de Andy Warhol).
Ingredientes
17.5.07
Sopa de peixe de Livorno (Antonio Carluccio)


16.5.07
O melhor queijo minas do mundo (para Marcelle e Alexandre)
Eu poderia dizer que o queijo minas Coalhadas é o melhor do mundo, mas não direi. Outros dirão por mim. Indico para quem apareça na minha frente, mesmo que a pergunta não seja "você conhece uma boa marca de queijo minas?". Hahaha. Os últimos a provarem a iguaria foram Alexandre (ou Arruda ou Xande, mas este último é só para os íntimos) e Marcelle, que formam o casal-mais-fofo-do-mundo-que-agora-é-meu-vizinho. Fui pedir para os dois um depoimento sobre o queijo. Depois de protestos como "mas tudo soa meio piegas", vieram respostas lapidares proferidas de um jeito natural, como diria o mestre Paulinho da Viola: "Nunca comi nada igual", "O queijo é uma delícia", "Macio, né? Boa consistência". E, por fim, a melhor de todas: "Bom, bom, muito bom. Bem bom". Tá bom?14.5.07
Vatapá

12.5.07
Top 5 cook-book combination - Parte 1
As cinco melhores combinações entre ficção e comida, por Tunu Varadarajan, do Wall Street Journal. Você vai ler uma por dia.Vai cozinhar bem assim...
Olha, que coisa fofa o casal sensação do momento nos cinemas franceses: Guillaume Canet e Audrey Tautou (a eterna Amélie Poulain). Ele faz um chef de cozinha no filme "Ensemble, ces't tout", de Claude Berri. Parece que o tal Guillaume é o mais novo galã queridinho da França. Veja o trailler e entenda que eles estão cheios de razão. Vai cozinhar bem assim lá casa! http://www.ensemblecesttout-lefilm.com/site.html
11.5.07
Risoto de Lula (ou a Papa do presidente)
Como disse um amigo meu, fiel colaborador deste blog, nada melhor que um risoto de lula para comemorar o encontro do presidente com o Papa: "E o legal é que tanto o Papa quanto o Lula são arroz de festa!" Hahahaha. Morri de rir. Prestenção: a lula em anéis (descartei a tinta, tenho medo dela), tomatinhos italianos, limão, vinho branco, caldo, cebola, alho, sal e pimenta. Preparei o risoto nesta ordem: cebola, alho, arroz e tomate. Vinho até avaporar, mas não completamente. Aí vai jogando o caldo, naquela manha do risoto. Evapora, mais caldo, evapora, mais caldo. E vai mexendo. Temperei a lula com limão, sal e pimenta e passei na frigideira em separado. Deeeeeepois, com o arroz quase pronto, despejei a lula, junto com a água que ela soltou (porque a lula não pode cozinhar demais, senão fica como borracha, perde aquela consistência gostosa). Fase final: acertei o tempero, mais suco de limão. Queijo parmesão ralado na hora, dentro da panela. Mais uma mexida. Coloque no prato, regue com azeite e sirva imediatamente (sevir imediatamente é muito importante).Olha, fui fazendo com o que tinha aqui em casa. Mas acho que deve ficar muito bom com outras coisas que combinam com a lula, como coentro, para quem gosta, pimentões, chilli. Na minha versão, o limão ganhou destaque. Assim, na foto, o Papa ficou meio branco, mas vai na fé. Depois agradeça (muito) a Deus.
9.5.07
Hora do lanche
8.5.07
A melhor empada do mundo



Tive a sorte de dividir algumas vezes a mesma mesa de boteco com o ilustre sambista Moacyr Luz, parceiro de Aldir Blanc, compositor de "Saudades da Guanabara" e profundo conhecedor da baixa gastronomia, sempre graças ao amigo Chico Caruso, de quem ele é chegado. Numa delas, sentados no Belmonte de Ipanema, na General Osório, eu, embalada depois de tomar um "nigucinho", desafiei o compositor: "Você não sabe qual é a melhor empada do mundo". A arrogância é mesmo uma merda. O Moacyr mandou na minha lata, sem querequequé: "A do Caranguejo, porra". Aí, tímida, eu disse, em tom mais baixo: "É... também acho". Ele me olhou com aquela cara de "cê tá pensando que eu sou lóque, bicho?", e eu rapidamente emendei: "Pois é, mas há uma unanimidade em torno da empada da Salete (na Tijuca)". E ele imediatamente concordou comigo de novo. "Há mesmo, mas não dá nem para comparar". Ou seja, feliz saí eu do botequim naquela noite, pensando "eu sou foda, o Moacyr concorda comigo sobre a melhor empada do mundo". São os efeitos do álcool. Porque, na verdade, quem concorda sou eu. Com ele, o mestre. O Moacyr entende tanto e baixa gastronomia que escreveu um livro, o "Manual de Sobrevivência nos Butiquins Mais Vagabundos" (cerca de R$ 40,00 nas melhores casas do ramo). Fica para depois alguns trechos do livro aqui no blog. Agora, falemos da melhor empada do mundo.O Caranguejo é um boteco-restaurante de Copacabana, na esquina da Barata Ribeiro com Xavier da Silveira, em frente ao novíssimo metrô Cantagalo. Atrás do toldo que você vê na foto, há um balcão repleto de empadas de camarão sempre fresquinhas, porque a demanda é gigantesca. Encoste nele, em pé, peça logo duas de uma vez e um chopp. Uma pequena empada do Caranguejo cabe na palma da mão e desmancha na boca. Dentro, um camarão e uma azeitona preta pequenina, com caroço, óbvio. Não é possível descrever a sensação de prazer que se sente ao morder esta empada. É algo do outro mundo. Porque a empada do Caranguejo é a MELHOR do mundo. Desafio qualquer um a provar o contrário. Mas, por favor, não me falem de empada grande, cheia de massa e recheio de palmito, frango ou coisa que o valha (ou melhor, que não vale nada). Elas não têm valor, qualquer valor, nenhum valor.
Em homenagem ao Moacyr, ao Caranguejo e aos pequenos prazeres da vida, não vou postar receita de empada aqui. Seria desonesto, já que a melhor empada deste mundo e, quiçá, de outros, está prontinha para ser comida, ali, em Copacabana.
Receita do Ratatouille Niçoise
Um amigo colaborou com o blog e observou, muito espertamente, que era preciso divulgar aqui a receita do Ratatouille Niçoise, prato que o rato-chef-de-cozinha-do-desenho-que-citei-aí-embaixo vai preparar nos cinemas. A foto saiu deste site: http://www.amb-cotedazur.com, onde você pode ver outras fotos e receitas do sensacional Sul da França. A Côte D'Azur também deu ao mundo o topless e a bouillabaisse, não é pouca coisa. Quem anda por lá pode ver bandeiras da Catalunha em algumas cidades, em Marseille, principalmente. Aliás, o ratatouille tem um quê de península ibérica, não?Pastel de queijo minas, tomate e alecrim
Pastel de massa pronta, gente. No domingo, antes da final de Flamengo e Botafogo, e da vitória do escrete rubro-negro, comemos pastéis de queijo minas, tomatinho cereja e alecrim aqui em casa. É só misturar estes três ingredientes, fechar e fritar. Simples assim, rápido e gostoso. E quando você rompe a massa e o cheirinho do alecrim toma conta do ambiente? Hummmm... delícia.
7.5.07
Ratatouille


3.5.07
Costeletas de cordeiro em crocante de ervas

Panelas, meditação, cozinha e alma
A única coisa que eu não gosto no livro "Meditando na Cozinha - crônicas & receitas", de Sônia Hirsch, é o gerúndio do título. O resto é só alegria. Sônia escreve de um jeito simples e acerta o ponto exato ao falar da beleza do ato de cozinhar. É de ler numa sentada. Só um trechinho interessante, sobre panelas mineiras (olha os mineiros aí de novo), meditação, cozinha e alma:
"Os japoneses têm longa tradição tanto na arte de meditar quanto na de lidar com vegetais, produzindo lindos pratos a partir das formas, cores e texturas que oferecem ao paladar. Têm também as melhores facas e tábuas, e uma infinidade de utensílios impensáveis antes e indispensáveis depois - pequenos raladores para gengibre, descascadores, peneiras de bambu, colheres, espátulas, pinças, recipientes para cozinhar no vapor - enfim, a boa loja de produtos japoneses é a disneilândia da cozinha.
Agora, no tocante a panelas, sejamos Brasil: as de pedra-sabão, mineiras, são imbatíveis. Feitas de uma coisa completamente natural, pedra, curada no forno com outra coisa completamente natural, óleo. Pesadas. Não pode lavar com detergente porque entranha, só sabão e esponja. Em compensação, nenhuma outra panela vai refogar cebolas no azeite com tanta ternura quanto a de pedra: devagar, cozinhando cada partícula de cebola até deixá-la doce e transparente, e se continuar fica dourada e vira manteiga de cebola, uma coisa maravilhosa para passar no pão. (Não rende, ponha no mínimo dez cebolas.)
Importantíssimo no ritual da cozinha: não perturbá-la batendo colheres na boca das panelas, fazer tudo silenciosamente. A leveza ao pousar a tampa no bule ensaia a leveza da vida. Mexer uma panela prestando atenção é igual a desenhar uma mandala, faz efeito no ser inteiro.
Comida e alma se dão muito bem. Cozinhar pode ser uma prática tão rica em significados e insights quanto qualquer outra. Além de acalmar a mente, como toda meditação que se preza."
2.5.07
Le Louis XV



Na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo (veja o link abaixo), nosso digníssimo DOM, do Alex Atala, subiu 12 posições do ano passado (está em 38) para este e é o único representante brasileiro no escrete. Como observei que o Le Loius XV, de Alain Ducasse, aparece em oitavo lugar, resolvi postar aqui a foto do restaurante, que tirei quando estive em Mônaco, em 2005, só a título de curiosidade. Claaaaro que meus pezinhos não pisaram lá dentro, óbvio. Só tem bala para isso quem frequenta aquele cassino ao lado (na última foto) . Ah, a segunda foto é a vista de Mônaco, da estrada. Lindinha, mas para poucos.
http://www.theworlds50best.com/2007_list.html
Coxinhas de frango
A velha e boa coxinha, idolatrada por dez entre dez gringos que passam diariamente pela Torre do Barão, o boteco do meu quintal, em Ipanema. Nunca fiz coxinha na minha vida, acho que fazer salgadinhos deve dar um trabaaaaaalho... A coxinha foi inventada no Brasil, e diz a lenda que Dom João VI caiu de amores por esta jóia. Não passava um dia sem devorar algumas. Achei uma receita num site, se quiser, vá lá. Em breve, falarei sobre a melhor empada do mundo, que, para minha sorte, é feita bem aqui ao lado, em Copacabana. Aguarde.http://tudogostoso.uol.com.br/receita/1363-coxinha-pratica-deliciosa.html
Tiramisú aux fraises - receita
Para 6 a 8 pessoas
Preparação: 30 minutos + 2 horas de geladeira
Ingredientes:
250 g de queijo mascarpone
4 ovos
50 g de açúcar
20/30 biscoitos champagne
800 g de morangos frescos médios
Rum - o quanto quiser
Modo de preparo
1. Bata no liquidificador 100g de morangos, junte rum a gosto e um pouco de água, a ponto de poder molhar os biscoitos
2. Prepare uma travessa com os biscoitos embebidos na mistura e os outros morangos cortados em rodelas
3. Misture as gemas com o açúcar e bata até ficar um creme esbranquiçado
4. Adicione o mascarpone e misture até que o creme fique homogêneo
5. Bata as claras em neve, adicione ao creme delicadamente (obs: não bata! mexa delicadamente!)
6. Despeje o creme na travessa e pronto. Decore com moranguinhos ou como desejar.
7. Deixe na geladeira por, pelo menos, 2 horas.



