22.5.07

Rogério Fasano, meu mais novo ídolo



Eu sempre tive uma certa má vontade com Rogério Fasano, que costuma ser chamado de "restaurateur" (acima, na foto de Marco Antonio Teixeiraque, que "emprestei" da Agência O Globo, como vocês podem notar). Confesso. Mas agora estou abestalhada, depois de saber um pouco sobre as opiniões gastronômicas deste moço, o que me fez alçá-lo à condição de ídolo na minha galeria. No último Paladar, caderno sensacional do Estadão, que sai às quintas-feiras, Fasano escreveu brilhantemente sobre sua visita ao restaurante The Fat Duck (na cidadezinha de Bray, a uma hora de Londres. Veja as fotos do ambiente e da fachada), do chef Heston Blumenthal, que tem revezado com Ferran Andriá o posto de melhor do mundo. Mil desculpas, mas alguém aí suporta espuma, redução, sifão e outras melecas deste gênero? Ah, bom, porque eu detesto. A matéria do Fasano é espetacular, mas não posso transcrevê-la inteira (porque eu perderia horas e horas do meu dia) nem linkar o texto do jornal, já que não sou assinante e, por isso, não tenho acesso (droga!). Mas faço questão de deixar aqui alguns trechos:

"Antipasto 1: nitro chá verde e mousse de limão. Uma espuma de limão extraída de um sifão é jogada dentro de um pote com nitrogênio a 150 graus negativos, tornando-se imediatamente sólida, a comida vapt-vupt. O efeito? Quase nulo. Apenas amortece um pouco a língua; se soubesse o que viria pela frente, teria comido estas bolinhas como pipoca, para amortecer de vez o palato.

Antipasto 3: sorvete de mostarda com gaspacho de beterraba. Desfrutamos o gaspacho de beterraba, com um insípido pãozinho servido frio. Quanto ao sorvete de mostarda, é exatamente o que se pode imaginar de um sorvete de mostarda. Estranhíssimo.
Antipasto 4: pequenas geléias de sabores variados, que não consigo descrever, e cuja matéria-prima ninguém conseguiu identificar.

Terceiro prato: Chamado sound of the sea, uma espuma branca de textura estranhíssima, com uma espécie de areia-farofa servida ao lado. E acompanhada de quê? De um iPod. Sério! Todos nós recebemos o aparelho, que fomos obrigados a usar, e que reproduzia barulhos do mar. Detalhe: o meu tinha uma camada extra de cera no fone de ouvido, deixada pelo último comensal.
Quarto prato: Já estava perdendo a paciência com nosso amigo Pato Gordo quando chegou um salmão pochê com aspargos, alcaçuz e grapefruit. Sem exageros, considero o pior salmão que já comi na minha vida."

Ah, sim. Só a conta do Fasano foi 1.300 libras, ou R$ 5.600, incluindo com algumas taças de vinhos variados. É isso aí. Agora querem até que estes chefs virem artistas plásticos. Não seria má idéia, se eles deixassem os alimentos em paz. Isso, minha gente, vão caçar o que fazer, como diz uma amiga minha.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como o que me interessa é a versão aversão a a versão (tenderam? hein?) social dos fatos, salve che, vale dizer que o moço só contrata famílias migrantes em sua cozinha. sim. a mãe, o pai, os filhos, as filhos dos filhos. e ali atrás, na cozinha, ajudante vira chef, lavador de alface vira ajudante, lavador de prato vira lavador de alface. é claro que não vou entrar numa de defender patrão, salve che, ave, ave, mas quem me contou foi uma família de nove "cearás" que foram contratados de uma só vez pelo moço.

delavy disse...

para mim tudo esta onde deveria estar.
rogerio fasano é uma referencia de muita coisa nesse mundo não acha?
eu acho , eu tenho certeza
charme
realização
carreira
para voces , erros e formas são forum intimos................ele é um fofo...............o melhor é o melhor da nossa epoca
tem que engolir