13.2.07

As vendinhas de Paris I



Esta fica na Rue Lepic, em Montmartre - pra mim, o bairro mais lindo, charmoso e romântico desta cidade. A vendinha não tem nada de muito surpreendente, mas a rua, pequena, é cheia delas, com barracas que vendem ostras, pães, queijos etc. Sortudo quem vive por ali. Já imaginou? As pessoas passam, a caminho de casa, do trabalho ou do metro, admirando as cores de tudo isso, todo santo dia... Ai, se inveja matasse...

Ah, na mesma rua fica o café Deux Moulins, onde trabalhava a personagem Amélie Poulin. E não pense que é só turista que frequenta, não. Eles estão lá também, mas os parisienses ainda são maioria.

A barraca do marroquinho




Espia só que linda esta barraca... O verdinho é confiture de citron e o vermelhinho, pimenta. Como brilham, não? E as azeitonas? Ai, ai, a vida é bela...

As vendinhas VII


Esta fica no Porto, na esquina da rua da Firmeza com a Santa Catarina. E vem com uma velhinha portuguesa fofa e seu cachorro junto.

O árabe gente fina





Rodei tanto o mercado de Boulogne, fotografando tudo pela frente, que chamei a atenção deste sujeito super simpático, dono desta barraca. Quando ele veio me pedir para ver as fotos, achei até que estava desconfiado e que me pediria para apagar as fotos. Sei lá, o povo aqui é tão estranho... Que nada. O homem ficou admirando as fotinhos e ainda me pediu para tirar uma dele, posada, com esta senhora, que parecia uma cliente. Voilà, monsieur.

Aqui também tem Velhinhos Portugueses Fofos!





O nome desta senhora é Maria da Conceição da Silva! E é uma simpatia de pessoa. Mora em PAris há 30 anos, veio com o marido, recém-casada, para tentar uma vida melhor. Dona Maria é dona desta barraca de peixes e frutos do mar no mercado de Boulogne. Pedi, em fracês, para tirar fotos e ela, invocada, perguntou "Para quê?". E eu: "Sou uma brasileira curiosa, interessada por comidas e tal". Pronto, foi o suficiente para Dona Maria se desmanchar. "Ah, é brasileira? Pois podes falar em português!" Opa, é para já. Passamos, no mínimo, uma hora conversando sobre Portugal, França, culinária, Rio de Janeiro (ela tem parentes em Niterói), peixes, feiras em Paris... Na foto, estão ela, o funcionário francês da barraca (outro dono de uma simpatia rara por aqui) e a filha, francesa que pouco fala português.

Para Dona Maria, a terrinha é o melhor lugar do mundo, mas não pretende voltar tão cedo. "Aqui tenho tudo o que não teria em Portugal". Mas, Dona Maria, a vida me Portugal me parece tão mais barata. "Não, é pura ilusão..." E lá foi ela discorrendo sobre como seu país não soube aproveitar a entrada na União Européia. "Porque continuam os monopólios, porque os preços subiram, mas os salários, não, porque os políticos roubaram todo o dinheiro que foi injetado em Portugal". Ulalá, Dona Maria, já vi este filme... Aliás, ela falou também sobre como é necesário ser um comerciante honesto para se firmar em Paris.

"Aqui a vida é difícil, mas é melhor", resumiu, repetindo a mesmíssima frase que já ouvi várias vezes dos brasileiros que moram por aqui.

Olha o tamanho...


do alho poró dos caras! Na feira de Boulogne percebi que os parisienses são malucos por alho poró. Incrível... Acho que pela foto não se pode ter uma noção tão clara, mas pense que eles têm uns 50 cm de comprimento por, sei lá, uns 5 cm de diâmetro. Eles saem das feiras e supermercados com estes falos gigantescos nas sacolas e, eu mesma vi, até debaixo do braço. Há também em conserva, e são imensos do mesmo jeito.

Marchée ouvert





Um frio terrível, sensação térmica de – 1ºC. Na quarta-feira pela manhã, dia de trabalho, parisienses lotam o marchée ouvert de Boulogne. Mas os comerciantes de feira livre aqui não são apenas vendedores de legumes, frutas, verduras, carnes, peixes e outros gêneros alimentícios. A feira é um pedaço da França: estão lá as barracas de pão, queijo, do árabe (com seus couscous e especiarias), de peixes e fruits de la mer, das terrines (nossa senhora, água na boca), dos embutidos, a barraca do português (há muitos imigrantes portugueses por aqui, e alguns escolheram viver vendendo o vinho do Porto e o bacalhau). Está lá a França, seus alimentos e seus personagens. Como Boulogne fica no final de uma linha de metrô, ou seja, longe da Paris turística – e tanto que aqui os moradores costumam dizer “lá em Paris...” – seus franceses são mais simpáticos que os outros. Na feira, só recebi olhares receptivos, por incrível que pareça. Bem diferentes dos balconistas nas vitrines das boulangeries que fotografo em Paris.

9.2.07

Comida de albergue



Homenagem: Sara, uma moça paulistana muito legal que conheci no Porto, fez esta comidinha deliciosa na última noite que passei no albergue. Nada como uma boa apresentação, hein? Todo mundo tem histórias sobre comidas para contar. A Sara, de origem libanesa, falou da sua avó palestina e de como ela cozinha bem. Beijinhos, Sara. Ah, comi falafel aqui em Paris!

As Francesinhas Portuguesas



Ah, as Francesinhas. No Porto, elas não são tão típicas quanto as Tripas à Moda do Porto. Mas são, certamente, mais populares. Por onde se anda, estão lá as plaquetas anunciando as tais francesinhas, que podem ser do tipo "especial", ou seja, com batatas fritas, ou "simples", sem batatas, e não passam dos 5 euros. Trata-se de uma lasanha de pão. Você não sabia que entre duas fatias de pão poderia caber tanta coisa... É algo de tão pesado, mas tão pesado, que eu, cujo apelido é “boquinha” para os íntimos, não consegui traçar nem a metade. (Claro que sei de muita gente que conseguiria...) O troço é picante, gente. Pelamordedeus. E tem um sabor acentuado de álcool, cuja origem eu não consegui reconhecer, mas lendo a receita, depois, constatei que se trata de vinho do porto e cerveja. Ou seja, é uma espécie de croque-monsieur dos portugas...mas aqui o segredo está no molho.

O Porto é tão maluco pela francesinha que fundou uma confraria para defendê-la e exaltá-la. Criaram uma espécie de grito de guerra para a lasanha de pão:

A francesinha é invicta.
A francesinha é leal.
A francesinha é do povo.
A francesinha é bairrista. Logo, a francesinha é do Porto
A francesinha é democrática. Portanto, agrada a todos.
O povo respeita a francesinha. Portanto, todos podem ser confrades.

Comida só ou acompanhada, a francesinha é sempre a melhor companhia!

Viva a francesinha!
Viva!

3.2.07

Moules et frites

Senhor Prendado: Moules et frites
Estou partindo para Paris, a segunda cidade mais linda do mundo - a primeira é o Rio de Janeiro, óbvio. Por isso, aí está uma foto da clássica Moules et frites, e um link para a receita deste prato delicioso (de um blog muito legal, aliás). Devorei estas moules com Ramiro, em Paris, em 2005. Bonne Appetit!

Só no vuco-vuco


Homenagem ao Imprensa que eu Gamo, meu bloco de estimação. Divirtam-se, amigos! Chico e companhia, por favor, bebam muitas cervejas por mim e, qualquer coisa que comerem nos botequins da vida, mas qualquer coisa mesmo, lembrem de mim e rendam-me homenagens (hehehehehe). Tô na Europa, mas meu coração hoje tá aí. E sinto uma inveja de vocês...
PS: Nada de passarinhos para fora, hein?

2.2.07

Percebes?


Vivendo e aprendendo. Nunca tinha visto isso antes. É um tipo de marisco, chamado percebe. Demorei para entender a palavra, dita por uma portuguesa dona de uma barraca no Mercado do Bolhão, aqui no Porto. A senhora me explicou que é parecido com o camarão. (Com sotaque:) "Deves cozê-lo com sal, depois quebrá-lo e tirar a carne de dentro". Ah, tá. Imaginei que fosse isso. Mas o bicho é feio que nem o diabo, cruz credo. Descobri na net que trata-se do seguinte: "O percebe, que quase todos conhecem por via gastronómica, é uma espécie notável, adaptada às difícieis condições físicas e biológicas das bases das falésias e rochedos, exposto à rebentação e às correntes marinhas da costa rochosa". E não tem no Brasil. Parece que só há em Portugal, na Espanha e na África. Percebes?

As vendinhas VI


Gente, desculpa eu ser tão chique... Esta é uma vendinha em Aix-en-Provence, sul da França. As frutinhas vermelhas e outras vêm em caixinhas, super meigo. O único problema é o preço. Altinho... dá só uma olhada no cartaz ao lado. Tudo bem, não queria comprar nada mesmo. A foto já me basta.

Obrigada, Zé do Pipo!



Tô pra conhecer um restaurante com o melhor custo-benefício que o Siri. O lugar é ótimo, numa rua tranquila, cheia de árvores, que leva o nome de Rua dos Artistas (não é fofo?), a comida é excelente, o preço é justíssimo. O único defeito é ser tão bom que tem filas nos finais de semana, mas nada muito cansativo. Ah, é barulhento também. Esta foto foi tirada num dia de semana, por isso está vazio. Este é um bacalhau ao Zé do Pipo. Resolvi falar dele porque foi criado aqui no Porto, por um senhor cujo apelido era...Zé do Pipo (olha, que coisa), dono de um restaurante. A receita original não leva brócolos, como dizem os portugueses, mas este do Siri tem a verdura bem moidinha misturada ao creme de leite - ah, e o original é com maionese. Não importa. A mudança é para melhor. Não parece, mas este prato é gigantesco. No Siri, custa R$ 40,00 e serve (juro!) quatro pessoas com fome nota 7. Dá pra comer e ainda levar para casa. E leve mesmo, porque é bom demais.

Siri
Rua dos Artistas, 2, Vila Isabel
2208-6165
11h30/1h (qui. a dom.) e 11h30/2h (sex. e sáb.)

Obrigada, Noel!


"Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa uma boa média que não seja requentada, um pão bem quente com manteiga à beça, um guardanapo, um copo d'água bem gelada. Feche a porta da direita com muito cuidado, que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol. Vá perguntar ao seu freguês do lado qual foi o resultado do futebol. Se você ficar limpando a mesa, não me levanto nem pago a despesa..."

Noel Rosa, o gênio. Média requentada ninguém merece. "Conversa de botequim" é uma verdadeira ode aos botecos cariocas, que são muito parecidos com os portugueses (por que será?). Esta aí é a estátua em sua homenagem, em Vila Isabel, onde nasceu, em 1910. Vá lá e pague o mico de sentar na cadeirinha vazia ao lado, especial para fotos. Eu paguei e não me arrependi. Noel merece.

Estátua de Noel Rosa
Início do Boulevard 28 de setembro, Vila Isabel.
Pode ir a qualquer hora, não fecha (hehehe) e não é perigoso!

Obrigada, Infante!


Vamos fazer uma pausa na gastronomia, mas não tão pouco gastronômica. Deveríamos todos, nós brasileiros, principalmente, agradecer ao Infante Dom Henrique (1394-1460)antes de comer. Primeiro porque, graças ao Infante, estamos cá, nascidos, e herdeiros da cultura portuguesa. Foi o quinto filho do rei Dom João I que fundou a Escola de Sagres e abriu caminho para os descobrimentos. Segundo porque foi o expansionismo português, patrocinado por este navegador visionário, que revelou ao mundo o mundo das especiarias. Nasceu cá no Porto. E aqui é muito admirado, também por sua nobreza - em todos os sentidos. Parece que era um bom homem, que tratava bem aos servos e empregados. Aqui, nesta estátua, está bem na foto, com uma pombinha na cabeça. Se bem que ele não era muito de paz... gostava de conquistar - e conquistou -alguns terreninhos por aí. Mas ele merece um viva! Obrigada, Infante.

As bifanas do Porto




SENSACIONAL. Passei em frente a um restaurante simples, e vi na vitrine um sujeito fazendo qualquer coisa num tacho imenso, pegando fogo. Namorei o restaurante por dois dias. Hoje, com fome, entrei. Uma moça jovem pilotava o panelão. Era a simpatia em pessoa. "Pois não, queres algo?". E eu: "Quero sim. Quero saber o que é isso". Prontamente me explicou a jovem: "São bifanas", enquanto ia retirando pedaços de carnes que suspeitei serem de frango e colocando-os rapidamente, cheio de um molho bem quente, dentro de pães pequenos. O movimento é intenso na Conga - A Casa das Bifanas, nome que grita em neon roxo lá dentro. Quanta simpatia! "Experimente, vais gostar. Sente-se, eu peço ao garçom para levá-la". Opa, é para já. Sentei. "Está frio nesta mesa?", me perguntou um senhor já mais velho, uns 70 anos. "Não, está ótimo". Pedi uma taça de vinho verde e o senhor me trouxe a bifana. "É a primeira vez que comes aqui?", perguntou. Respondi que sim e quis saber que carne era aquela. "Carne de porco", me explicou. Enfim, fui às bifanas. Deliciosa, levemente picante, muito quente, num pão macio pra burro. "Está bom?", fui questionada umas trÊs vezes por três pessoas diferentes. "Excelente", respondi. E o senhor me devolveu um "Obrigado". Imediatamente percebi que era ele o responsável pelo prato.

Eis então que a jovem me ofereceu codornizes, "codornas, um pouco menores que uma pomba, não?". Claro que eu quero provar. Veio a codornize. Parece um pequeno franguinho, e vem banhada no mesmo molho picante da bifana, acompanhada de um pãozinho. Aí parti para as perguntas.

A moça me explicou que as bifanas, o pão com carne de perna de porco, foi inventado por seu pai, aquele mesmo senhor, há 33 anos, e só é feito naquele restaurante. Pedi a receita, mas ela disse que é segredo de família. "Este restaurante está no guia Michelin", informou. A bifana é como nosso sanduíche de pernil, só que leva uma carne menos nobre do porco e é muito mais molhado - e de sabor picante, que vem do uso do piripiri. É delicioso, mas eu abusaria um pouco mais de sal e usaria temperos como salsinha e alho. Bom, agradeço ao acaso por ter me mostrado as bifanas e as codornizes da Conga. O troço é chique mesmo, tinha uma penca de turistas francesas entrando enquanto eu saía. E olha que o ambiente está mais para o botequim da Dona Maria que para o Jobi. E viva os pequenos grandes prazeres da vida...


Conga - Casa das Bifanas
Rua Campo Alegre, 191 - das 9 da manhã às 9 da noite
Porto, Portugal

Contribuição

Preciosa contribuição da Dani, que tá em Curita, mas é uma mulher do mundo! Olha aí o comentário que ela fez sobre os presuntos. Nada como ter amigas inteligentes e bem informadas! Beijos mil, Dani. Saudades.

"Quero uma peça dessa para mim!!! Por favor, traga uma!!!! hehehheeh.
Só para adicionar seu glossário, na Espanha eles chamam esse tipo de presunto de Jamón Serrano, em quase todas as casas há um pendurado na cozinha (haja prego, para aguentar o peso), geralmente, ele é servido de entrada ou em bocadillos. Além disso, existem diversos bares especializados na mercadoria, uma tentação!!!!! Ah, mais um detalhe, o presunto que estamos acostumados a comer aqui é denominado Jamon York, pois segundo explicação dos natvos ibéricos é originário dos Estados Unidos, logo o nome é uma homenagem a Nova York!!! E viva o Sinatra!!! Bjos, saudades!! E não se esqueça da minha peça, o pessoal do avião ficará morrendo de inveja. Dani"

Momento Ego


Eu, de verde, para combinar com o blog. Hihihihi.

Velhinhos Portugueses são Fofos IV


Quanta meiguice... Acho que vou abrir um asilo aqui no Porto...

O sedutor Casanova



Um livro tem me acompanhado na viagem, "A Canja do Imperador", de J. A. Dias Lopes, da Companhia Editora Nacional. Estou a-do-ran-do. Josi e Felipe, que gostam deste tipo de literatura, excelente dica. Sensacional. Trata-se da coletânea dos artigos publicados pelo autor no Estadão e na revista Gula. É pesado para se carregar numa viagem como esta, mas não me arrependo. Nosso bravo Dias Lopes vai contando a história da gastronomia narrando acontecimentos e "causos" super interessantes desde os tempos da Antiguidade aos dias de hoje. Reis, rainhas, santos, plebeus e os mais diversos personagens da história e suas conexões com a culinária. No final de cada texto, uma receita. Hoje li um super legal, sobre o conquistador italiano Casanova. O sujeito era o verdadeiro Don Juan - verdadeiro porque de fato existiu. E "assediava nobres e plebéias, jovens e maduras, louras e morenas, bonitas e feias. Usava a comida e a bebida como pretextos para conquistar as mulheres". Olha só um pequeno trecho muito interessante, sobre os gostos de cada tipo de mulher:

"Receitas do sedutor Casanova"

"Nas suas Memórias, Casanova afirma que as louras tendem a preferir verduras frescas, frutos do mar, peixes na manteiga, aves, comidas adocicadas, cremosas, suaves e queijos não muito picantes. Bebem os vinhos brancos e o champanhe. Já as morenas adoram as hortaliças de perfume intenso, ostras com limão, embutidos apimentados, risotos, carne vermelha, queijos fortes, doces recheados e chocolate. Gostam dos vinhos tintos, como o Bourgogne e o Bordeaux, e do champanhe. Casanova também se referiu às ruivas, de pele muito clara e sensível. Estas, segundo ele, escolhem 'alimentos requintados e leves, mas por outro lado o temperamento as aproxima do fogo'. Tomam vinhos brancos secos, os Côtes du Rhône e os rosados. 'E champanhe, sempre', sublinha. Nada mais justo. Era seu combustível de combate".

Não é o máximo? Giacomo Casanova (1725-1798), filho de um casal de atores, nasceu em Veneza, e amou dezenas de mulheres nos lugares por onde andou. Ai, como eu queria ter conhecido. Embora eu esteja mais para castanha, me encaixo perfeitamente nas preferências das morenas. Sábio este Casanova, muito sábio.

Receita do livro neste capítulo:

Risoto ao Champanhe
(interpretada pelo restauranteur Giancarlo Bolla, de São Paulo)

Ingredientes:
1/2 cebola picada
3 col. de sopa de azeite de oliva
2 talos de aipo picados
300g de arroz italiano, de preferência o Vialone Nano
150ml de champanhe
30g de manteiga em pequenos cubos
1l de caldo de carne
30g de manteiga aquecida
3 col. de sopa de queijo parmesão ralado
queijo parmesão ralado grosseiramente para acompanhar
sal

Preparo:
Numa panela, murche a cebola no óleo ligeiramente quente. Misture o aipo e pulverize um pouco de sal. Junte o arroz e mexa bem. Coloque o champanhe e deixe-o evaporar. Continue o cozimento, adicionando o caldo quente à medida que o arroz for secando. Mexa constantemente. Quando o arroz estiver al dente, apague o fogo, coloque a manteiga em cubos e, em seguida, 3 colheres de parmesão ralado. Misture. Passe o risoto para os pratos e regue com a manteiga aquecida. Sirva imediatamente, acompanhado de queijo parmesão.

Rende 4 porções.

1.2.07

O melhor croquete de carne do mundo



O melhor croquete de carne do mundo é este aí, o da Casa do Alemão, no Rio. Há filiais na Região Serrana, mas o recinto da foto fica na Baixada Fluminense, na Dutra. Para não ir tão longe, sugiro pedir uma porção no Armazém Carioca. Acompanha na foto um sanduíche de lingüiça que eu também tô para ver igual. Mas o assunto em questão aqui é o croquete, e o do Alemão é... indescritível. É quase como nascer de novo, ter um orgasmo, ver Deus. Sem palavras. A Casa do Alemão está para o croquete como o Caranguejo está para a empadinha. Mas isto é outra história...

Casa do Alemão
Rodovia Presidente Dutra, Km 6, Jardim Meriti.
(21) 2751-1294

Armazém Carioca
Nossa Senhora de Copacabana, 31-B, Leme. Esquina com a Princesa Isabel. Fica aberto até às 5 da matina, lugar de boemia, e tem chopp Devassa.

Bar Brasil



Como eu não gosto muito desta coisa de unanimidade (e o Bar Brasil é uma delas), arrumei uma coisinha para falar mal do boteco alemão mais tradicional do Rio: fecha muito cedo! Acabou o happy hour, acabou o Bar Brasil, acabou o segundo melhor rosbife com salada de batata da cidade. Segundo, porque o Bar Lagoa vence em quase todas as categiras de comida alemã. Ah, o velhinho olhando a ementa do botequim na Lapa também é fofo.


Bar Brasil
Av. Mem de Sá, 90, Lapa
(21) 2509-5943

Divino Leite Creme


Leite creme é uma deliciosa e tradicional sobremesa portuguesa. É como comer aquele mingau que sua mãe fazia quando você era criança. Dá uma olhada nos ingredientes e saca: juntos e bem feitinhos, não pode ficar ruim. É simples, e divino.

Ingredientes:
1 l leite
6 gemas (preferencialmente de ovos caseiros)
7 col. sopa açúcar
4 col. sopa de farinha de trigo sem fermento
1 casca de limão

Preparação:
Leva-se o leite a ferver com a casca de limão. Entretanto bate-se o açúcar com as gemas e a farinha (pode pôr-se um gole de leite para ser mais fácil de mexer).
Quando o leite ferver, junta-se ao creme lentamente, mexendo sempre.
Põe-se a mistura no tacho onde se ferveu o leite e leva-se a lume brando até levantar fervura, sem parar de mexer.
Coloca-se numa travessa, polvilha-se com açúcar e queima-se com ferro próprio

As vendinhas V


Barraca de mostardas em Dijon - lá mesmo, onde se fabrica a famosa mostarda que leva o nome da cidade. Esta barraca fica do lado de fora de um mercado de peixes da cidade, que é pequena, aliás, bem pequena. Não vale a pena comprar mostarda Dijon em Dijon porque elas já estão em toda a parte do mundo, em todos os bons supermercados do Brasil, certamente. E na França, paga-se em euros. No Brasil, o preço pode ser até mais baixo, e em reais. Tudo isso para dizer que é claro que eu comprei, né? Óbvio. Como alguém diz que visitou Dijon e não comprou mostardas?

Os queijos


Bom, os queijos aqui não são os melhores do mundo, mas têm aquele forte sabor regional, muitos são caseiros e a maioria é queijo curado (não me apetece muito...). No entanto, assim, na vitrine, juntinhos, exalando aquele cheiro dentro da venda, são semprem queijos prontos para serem devorados, não?

Bom, barato e esquenta


Sopas, sopas, sopas. Esta é de feijão branco com legumes: 1,30 euro, na Confeitaria do Bolhão. Mas já tracei uma de 0,75, um caldo verde, em pé, numa padaria. Tem que mandar ver umas duas sopinhas por dia, porque com este frio, ninguém merece.

Confeitaria do Bolhão
Rua Formosa, 339 - em frente ao Mercado do Bolhão

Velhinhos Portugueses são Fofos III


Ai, me amarro neles! Neste caso, nelas. São old ladies.

Pastel de bacalhau?


Bolinho de bacalhau aqui pode se chamar também pastel de bacalhau - mas é bolinho! Acho que os dos botecos cariocas são bem melhores... aqui eles são frios, quase gelados, eu diria. Não tem esta história de bolinho feito na hora. É frito de manhã e fica ali na vitrine até fechar a bodega. Ah, gordura é o que não falta também. O guardanapo sai escorrendo. E falo de cadeira porque já passei duas semanas rodando Portugal e comi pastéis de bacalhau em várias cidades. A impressão foi sempre a mesma. Claro que arrisquei outro hoje, não dá para vir a Portugal e não comê-los, afinal. Bom, também não dá para reclamar do tempero, este aí estava delicioso, cheio de salsinha, salgadinho na medida, pouca batata. O acompanhante na foto é um risole de vitela, muito comum por aqui também. Bom, muito bom, excelente.

As vendinhas IV


Mercado de la Boquería, em Barcelona, nas Ramblas. É num ambiente fechado, barulhento, entupido de turistas, mas coloridíssimo. É outro que não dá vontade de sair de dentro. Ah, e neste as pessoas gritam enlouquecidamente oferecendo os produtos. Espanhol, sangue quente, né? Adoro esta foto. Tem muita coisa para descobrir aí nesta barraca.

Começo a achar que tudo em Portugal é feito em casa, sacomé? Não necessariamente nas casas das cidades, claro. Mas as vendinhas locais (não há grandes nem médios supermercados, outro detalhe importante) são abastecidas, principalmente, de produtos feitos nas quintas, sítios e casas dos arredores. Queijos regionais, pães, alheiras, morcelas e um sem número de embutidos. Esta venda, por exemplo, tinha as paredes lotadas de presuntos defumados. Perguntei à portuguesa quem os defumava. Ela própria, numa casa perto da cidade, defuma os leitões. Olha, que delícia... este os portugueses chamam de presunto, o que nós chamamos presunto cru. O presunto que conhecemos, aquele do misto quente, eles chamam de fiambre. Aliás, glossário básico: misto quente aqui é tosta mista. E sanduíche é sande. E eles gostam, viu? Tem uma variedade de sandes, todos por 1 ou 2 euros. São bons. Já me atraquei com um sande de empanado, muito comum por aqui. Receitinha simples: faça um frango, bife ou peru empanado, enfie no pão de sua preferência, com alface, tomate, queijo e... já está.

O(s) Sandema(e)n



Flagrante: lá atrás da cave do vinho do Porto Sandeman, em Vila Nova de Gaia (é a cidade que fica do outro lado do Rio Douro, uma espécie de Niterói da cidade do Porto), vi um caminhão sendo abastecido - ou abastecendo, whatever. Amanhã pretendo visitar a cave, é de graça. Beleza... Já descobri que o Sandeman está entre os tops do Porto. São alguns dos mais caros. Se for Vintage então (top do top), caríssimo. Amanhã vou visitar as caves e conto os detalhes. Ah, pois não foi que topei com o próprio Sandeman na rua? Esta moça estava panfletando, oferecendo as visitações às caves. Neguinho tem cada idéia...