4.3.07

O Bar Urca





Acho que podemos chamar o Bar Urca de "boteco-derruba-queixo-de-paulista". A reação dos meus amigos é sempre a mesma quando chegamos lá, qualquer meia dúzia de frases que contém sempre expressões religiosas no meio, tudo dito com aquelas caras de embasbacados. Vai de "Meu Deus" a "Nossa Senhora" passando por "Minha mãe", "Jesus!", "Virgem Maria"... Mas eu entendo, gente. É que o Bar Urca é mesmo um negócio lindo, e curioso. Numa esquina em frente ao calçadão (ou calçadinha) da Urca, o bairro mais fofo do Rio, já lá no final, o boteco em si é apenas um balcão (em cima tem um restaurante com vista para o mar também, mas não nos interessa agora), onde as pessoas buscam suas cervejinhas. Dali, atravessam a rua e sentam-se no muro da calçada, onde se tem esta vista que vocês podem ver aí.

O mar é calmo, paradinho, os barquinhos ficam ali balançando levemente e, do outro lado, carros quase não passam porque sabem que não vão para o céu se atrapalharem o deleite dos beberrões. Ali, na mureta, o negócio é conversar, admirar a paisagem e beber. A conta fica lá anotada, e na hora de ir embora você passa no balcão e paga. Há os que preferem ser atendidos pelo garçom no muro, mas eu não recomendo. Não combina com o ambiente. É mais digno atravessar a rua.

Aí na foto, Bel e Claudinha, duas paulistas embasbacadas. Esta útlima, aliás, devorou uns três pastéis, que também merecem nota. São saborosos, assim como a empada (que, embora seja daquelas grandes, e eu prefiro as de uma mordida só, é gostosinha).

Enfim, qualquer um precisa conhecer o Bar Urca. E os paulistas principalmente.

Bar Urca
Rua Cândido Gaffrée, 205 - Urca
Tel.: (21) 2295-8744
Horário: Seg-Sáb, 19h-23h Dom, 11h-19h

Um comentário:

Clansman disse...

A decepcionante impressão sobre o tradicional 'Bar Urca'

Ontem foi o dia dos namorados. Esta data seria uma das últimas vezes em que eu e a Paula comemoraríamos o 'dia dos namorados'. Afinal, nos casaremos ano que vem. A Paula teve a apaixonante iniciativa de fazer uma surpresa pra mim: eu não saberia como seria o nosso dia dos namorados juntos. Para onde iríamos, o que faríamos, o que eu ganharia de presente, etc. Isto me cercou de expectativas.

Combinamos de nos encontrar na estação de metrô da Carioca, para aí então começarmos o nosso dia dos namorados. Por volta das 18:20h nos encontramos no metrô e fomos em direção à estação de Botafogo, onde pegamos a integração no sentido Urca. Até aí eu apenas imaginava que iríamos a algum restaurante no bairro da Urca. Já havíamos ido a outro naquela região, do qual não me lembro o nome, mas que era perto do Instituto Militar de Engenharia (IME) e que nos agradou muito.

Fomos então ao 'Bar Urca', tradicional bar e restaurante do Rio de Janeiro, muitas vezes citados em jornais e revistas. Tal surpresa me agradou num primeiro instante, afinal, o Bar Urca tem origens portuguesas, como eu, e possuía muitas recomendações. A Paula estava muito feliz de saber que havia me agradado.

A entrada para o andar superior, onde ficam as mesas de jantar, é pela lateral. Logo na entrada, ouvi um barulho de copo quebrando vindo da cozinha. Algo me parecia caótico lá dentro. Subimos então pela escada, onde fomos ao encontro de um garçom que possuía a lista de reservas. Era um senhor mulato, um pouco magro. Informamos então o nome da Paula. O mesmo verificou a listagem, e pra espanto nosso, disse que o nosso nome não constava na lista. Ele então perguntou a outro garçom, que informou a mesma coisa. Ficamos desapontados. A Paula disse que havia feito a reserva na terça-feira, através do site do bar, e depois, no mesmo dia, ligou para eles confirmando a reserva. Ele disse que se o nome não estava lá, nada poderia ser feito. Ao mesmo tempo em que isto acontecia, outro casal, bastante elegante, chegou. Ambos tinham por volta dos 40-50 anos. A mulher perguntou sobre a mesa dela. O garçom disse que eles poderiam ficar somente até 20:00h, e já eram 19:30h. Ela então comentou com o marido: "- Que despreparo!". Infelizmente foi neste clima que o nosso dia dos namorados havia começado.

Decidimos sair. Ficamos uns 30 minutos esperando uma resposta deles no lado de fora, em frente à Baía de Guanabara. Neste momento, aproveitamos a vista para trocar nossos presentes. De uma forma não convencional, o dia estava sendo inesquecível...

Paramos pra pensar sobre o Bar. Ele não era tudo o que imaginávamos. O ambiente superior era claustrofóbico: o teto era baixo, o salão era pequeno, e as mesas muito perto uma das outras. Era difícil ter uma conversa romântica ali, ainda mais por que as janelas eram fechadas.

Agora, o pior: imagina achar um restaurante às 20:00h no dia dos namorados? Isto tudo em função da desorganização deles... Arriscamos ir a Botafogo. Iríamos passar no Rio Off Shopping, à procura de um restaurante legal, e caso não encontrássemos, a segunda opção seria o Botafogo Praia Shopping. Mas isto é assunto para o outro post (Restaurante América)...